Mirando o público B2B, a Wise Hands, empresa que promove acessibilidade por meio da tecnologia, em parceria com a escola Soitech, lançou cursos de programação acessíveis para pessoas surdas. Entenda!
(Foto: Pexels)
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5 min
•
15 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
A Wise Hands, empresa que promove acessibilidade por meio da tecnologia, lançou em parceria com a escola Soitech, a Wise Hands Tech School, plataforma de cursos de programação acessíveis para pessoas surdas. O objetivo é formar profissionais e encaminhá-los para o mercado de trabalho.
O modelo de negócio surgiu para resolver dois problemas. “De um lado, vivemos em um momento em que faltam programadores em todas as partes do mundo; do outro, cresce o número de surdos e aumenta o desemprego de forma geral”, diz Rafael Rezende, cofundador da Wise Hands.
Mas por que programação? “A grande maioria dos surdos tem maior poder de concentração e foco e um rendimento acima da média”, conta ele. “Ou seja, a ideia da Tech School parte da premissa que surdos podem ser superprogramadores”, completa.
Cada turma tem cerca de 16 alunos e as aulas são online. O conteúdo programático é oferecido pela Soitech, e a base de intérpretes de Libras especializados no tema é da Wise Hands. “São cerca de 3 ou 4 profissionais que se revezam porque as aulas são longas”, conta Rezende.
O primeiro grupo está na terceira semana de aula e são alunos da base da Wise Hands. “Neste primeiro momento, nós queríamos entender o processo. Fazer um MVP de tudo isso. Estamos começando com o nível básico de programação, mas direcionando os alunos para o mercado de trabalho no pós-curso”, diz o executivo.
Os alunos não pagam pela formação. “Oferecemos para empresários e empresas que têm a tecnologia dentro do fluxo delas para poderem apadrinhar essas pessoas e terem prioridade no ingresso delas no mercado de trabalho — mesmo que em cargo júnior”, explica Rezende.
Ou seja, a companhia fecha um pacote (1, 4, 8 ou 16 alunos) com a Wise Hands Tech School e pode contratar o profissional após a formação. Além disso, recebe alguns benefícios como posts nas redes sociais ou banner de site com interpretação em Libras.
Contudo, “se a organização quiser fazer uma turma específica para a linguagem que usa internamente, também é possível. Faremos esse aprimoramento”, conta Rezende.
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Você sabia? Até 2050, um quarto da população mundial — cerca de 2,5 bilhões — terá algum grau de perda auditiva, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“São números alarmantes e o crescimento é desproporcional ao passado. Isso porque, hoje temos condição de vida insalubre, como por exemplo, crianças ouvindo com fone de ouvido em volume no máximo”, diz Rezende. O que, de fato, pode impactar a audição no futuro.
Sabendo disso, a Wise Hands — que já tem o objetivo de promover a inclusão no mercado de trabalho e no mercado de consumo — percebeu um nicho ainda pouco explorado: programadores surdos. Assim, um novo modelo de negócio foi criado. Mas ao invés de focar no público B2C, a companhia mira o B2B.
E faz sentido. Afinal, o mercado de TI está em polvorosa. Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o setor vai precisar de cerca de 420 mil profissionais até 2024 para atender a demanda do mercado.
E por que não preparar e formar as pessoas surdas para ocupar essas vagas? “O que falta na vida de todos os surdos é a oportunidade", afirma Rezende.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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