Gigantes do setor de pagamentos começam a mostrar suas iniciativas para aceitar criptomoedas. Enquanto isso, a Tesla já aceita Bitcoin para comprar um carro.
Balenciaga (foto: divulgação)
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6 min
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31 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
Além de startups brasileiras que estão facilitando o uso de criptomoedas no dia a dia, grandes empresas começam a se juntar ao movimento. PayPal, Gucci e Visa são alguns exemplos. Veja abaixo:
A marca de luxo, depois de lançar o "tênis destruído", vai aceitar criptomoedas como pagamento. Quais? Bitcoin e Ethereum, mas a expectativa é expandir para outras criptos, segundo o The Wall Street Journal. Por enquanto, será liberado apenas para algumas lojas.
Até o final deste mês, a Gucci começou a aceitar pagamentos em criptomoeda em cinco lojas nos Estados Unidos, mas a expectativa é expandir para as outras 111 unidades.
As lojas aceitarão inicialmente moedas virtuais como: Bitcoin, Bitcoin Cash, Ethereum, Wrapped Bitcoin, Litecoin, Shiba Inu, Dogecoin.
Os pagamentos na loja serão feitos usando um QR Code, que os clientes podem digitalizar com sua carteira de criptomoedas, enviado pela Gucci por e-mail, de acordo com a Vogue Business.
Esta, no entanto, não é a primeira vez que a marca aposta em inovação. De olho no metaverso, lançou tênis virtual por US$ 12.
Apesar de movimentos menos ousados, a Visa também fez um anúncio que dá mais credibilidade ao setor de criptomoedas: a operadora passará a aceitar USDC (USD Coin) na realização de transações com a Visa através da blockchain Ethereum. O USDC é uma moeda estável (stablecoin), como são chamados os criptoativos que possuem sua cotação baseada em algum ativo estável, cesta de ativos, metais preciosos, petróleo ou, como neste caso, uma moeda fiduciária, o dólar americano.
O uso de criptomoedas para realizar pagamentos estarão restritos aos Estados Unidos, pelo menos inicialmente. O programa piloto da gigante de pagamentos acontecerá em parceria com a plataforma de pagamentos crypto.com, essa é uma forma de testar, por exemplo, a capacidade das transações da Visa.
Em seu comunicado, a Visa declarou que passou o último ano desenvolvendo um caminho para aceitar as moedas digitais dentro de sua infraestrutura. Embora a aceitação da USDC seja um passo em direção a uma aceitação mais ampla de criptomoedas, é importante destacar que as stablecoins possuem uma diferença central em relação ao Bitcoin, por exemplo. Enquanto o Bitcoin é bastante volátil, podendo valorizar e desvalorizar rapidamente, as moedas estáveis são, como o nome indica, moedas com valor mais estável. A USDC está atrelada diretamente ao dólar, uma moeda forte e estável na maioria dos mercados mundiais.
O CEO da Visa, Alfred Kelly, já deu declarações que indicam que a empresa planeja liquidar pagamentos em outras moedas digitais, como Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas no futuro.
O PayPal é outro grande representante do meio de pagamentos digitais a começar a aceitar pagamentos com criptomoedas. Nesta semana, a fintech passou a permitir que usuários dos EUA usem seu saldo em criptomoedas para realizar pagamentos. A novidade permite essencialmente que os usuários americanos utilizem moedas digitais para compras em sites de todo o mundo, o que deve permitir o aumento significativo do uso dos ativos no comércio.
A plataforma de pagamentos permitirá que os clientes utilizem Bitcoin, Ether, Bitcoin Cash e Litecoin, que estejam armazenados na carteira do PayPal, sejam convertidos em moedas fiduciárias no momento do pagamento - o que difere da estratégia da Tesla, que não converterá os pagamentos recebidos em criptomoedas.
O serviço será disponibilizado para todos os 29 milhões de comerciantes nos próximos meses e representa a primeira vez que será possível utilizar criptomoedas da mesma forma que um cartão de crédito ou débito dentro do PayPal. O "Checkout with Crypto" é mais um passo na estratégia do PayPal lançada em outubro de 2020, quando passou a permitir a compra, venda e armazenamento de criptomoedas na plataforma.
A empresa não cobrará nenhuma taxa de transação para esse tipo de operação e acredita que a iniciativa significa um ponto de transição para fazer das criptomoedas um meio para fazer transações no mundo real, em milhões de comerciantes - diferente do que ocorre hoje, em que são ativos utilizados apenas para investimento.
A Tesla, representante mais importante do setor de veículos elétricos (e autônomos), anunciou que iria aceitar Bitcoins como meio de pagamento para compras dos seus carros.
Após investir US$ 1,5 bilhão em Bitcoin, o anúncio da Tesla não surpreende, Elon Musk – fundador e CEO – é conhecido por sua influência no mundo das criptomoedas, além de adotar tendências de mercado antes dos seus concorrentes. Por prever tendências futuras frequentemente, movimentações como essa tem efeitos de cadeia, influenciando inúmeros negócios a adotarem comportamentos similares.
Chama a atenção também, a declaração de Musk sobre a operação: segundo o CEO, os Bitcoins utilizados para compras na Tesla não serão convertidos em dólares (embora o preço em Bitcoins seja atualizado no momento da compra, com base na cotação atual do Bitcoin frente ao dólar americano). Isso quer dizer que os planos da Tesla incluem aumentar sua reserva de valor em Bitcoin, além de indicar que a empresa continua acreditando que a criptomoeda tende a se valorizar ainda mais.
No entanto, meses depois do anúncio, a marca voltou atrás. O motivo? Preocupações ambientais.
Os anúncios das três gigantes impulsionam ainda mais o crescimento das criptomoedas, suas valorizações e a confiança por parte dos usuários. A tendência é que cada vez mais empresas passem a aceitar diferentes criptomoedas em pagamentos, transações e até mesmo compras de bens físicos. Considerar essas alternativas de pagamento em seu negócio, em um futuro não tão distante, parece ser inescapável.
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, Head de Conteúdo na Captable
Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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