Com milhões de usuários americanos e acusada de espionagem, a plataforma enfrenta um dilema político e econômico nos Estados Unidos.
TikTok (Foto: Hello I'm Nik/Unsplash)
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7 min
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16 jan 2025
•
Atualizado: 16 jan 2025
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O destino do TikTok nos Estados Unidos enfrenta um divisor de águas. A Suprema Corte determinou que, caso nenhuma empresa compre as operações do aplicativo no país até o próximo domingo, ele será retirado das lojas de aplicativos. A decisão, que reflete um dilema político, econômico e de segurança, envolve também o retorno de Donald Trump à Casa Branca, marcado para o dia seguinte (ele assume dia 20 de janeiro).
O ex-presidente, um dos maiores influenciadores da plataforma, dá indícios de que revogará a proibição, colocando em xeque as implicações legais e diplomáticas da medida.
O aplicativo de vídeos curtos, com mais de 150 milhões de usuários nos Estados Unidos, está sob escrutínio devido às preocupações com a segurança nacional. Autoridades norte-americanas acusam a ByteDance, empresa-mãe chinesa, de coletar dados de forma indevida e potencialmente compartilhá-los com o governo chinês, o que a companhia nega veementemente.
A polêmica teve início ainda no governo Trump, em 2020, mas ganhou força em 2023, quando o Congresso intensificou a pressão por uma legislação mais rigorosa. A decisão de banir o TikTok, que divide opiniões, também suscita questionamentos sobre liberdade de expressão, uma vez que a plataforma se tornou essencial para campanhas, negócios e cultura digital.
Caso a proibição seja mantida, quem já possui o aplicativo instalado não será impedido de usá-lo, mas deixará de receber atualizações, comprometendo a segurança e a experiência do usuário. O impacto imediato pode ser visto em criadores de conteúdo, pequenas empresas e campanhas políticas, que dependem da ferramenta para engajamento e receita.
Donald Trump, com quase 15 milhões de seguidores no TikTok, utilizou a plataforma como um dos pilares de sua comunicação direta com eleitores. Em declarações recentes, ele afirmou que, ao reassumir o cargo no dia 20 de janeiro, revogará a proibição. A medida seria coerente com sua postura pró-negócios e busca por manter a popularidade entre os jovens eleitores e influenciadores.
No Brasil, a discussão sobre regulação de plataformas digitais é semelhante, mas com foco em disseminação de fake news e discursos de ódio. O caso do Telegram, que enfrentou bloqueios judiciais e o X (ex-Twitter), evidenciam que governos podem impor restrições a apps em nome da segurança ou da ordem pública, mesmo que isso gere tensões entre os poderes.
Nos Estados Unidos, entretanto, a questão se entrelaça com o embate geopolítico entre Washington e Pequim. A proibição do TikTok não apenas levanta debates sobre soberania digital, mas também abre precedentes para o controle governamental sobre plataformas de comunicação massiva.
O temor de que dados de cidadãos americanos possam ser acessados pelo governo chinês é a principal justificativa para o cerco ao TikTok. Relatórios de agências de inteligência apontam que a ByteDance estaria obrigada a cumprir as leis chinesas que demandam acesso às informações de empresas locais. Embora a companhia tenha proposto medidas como a separação das operações americanas, críticos alegam que tais soluções são insuficientes.
Com o prazo final se aproximando, grandes empresas como Microsoft e Oracle ainda avaliam a aquisição do TikTok nos Estados Unidos, mas o cenário é incerto. Enquanto isso, Donald Trump se posiciona como defensor da plataforma, alimentando especulações sobre como sua administração lidaria com o dilema.
Outra especulação é de que a operação do TikTok nos EUA poderia ser comprada por ninguém menos que Elon Musk, a fim de evitar o bloqueio. No entanto, essa informação foi rechaçada pelos chineses que consideraram “pura ficção”.
Durante o maior evento de varejo do mundo, a NRF, que aconteceu essa semana em Nova Iorque, o tema veio à tona. Os sócios da StartSe acompanharam in loco o evento e o que se afirma é que a plataforma é uma das principais forças de e-commerce entre a Geração Z. Os insights da NRF e tudo que o mundo está projetando para o varejo você pode ter online, no Pós-NRF, aula ao vivo com os sócios da StartSe com tudo de mais relevante que foi visto por lá.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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