Um concorrente do Quest 2, da Meta, chega ao mercado pela empresa-mãe do TikTok, mostrando que as duas gigantes caminham na mesma direção.
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5 min
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22 set 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
Ano passado, a ByteDance, empresa controladora do TikTok, comprou a Pico, uma startup chinesa. À época, a empresa se destacava como terceira maior produtora de headsets de realidade virtual, marcando o impulso da ByteDance em diversificar o negócio.
Agora ela anuncia um marco importante: o Pico 4, óculos de VR da marca, que será vendido a partir de € 429 (o equivalente a R$ 1.170 na cotação de hoje) em vários países europeus e asiáticos. Ele ainda não tem data para chegar aos Estados Unidos ou Brasil. O novo gadget vem com um design autônomo independente que também pode se conectar a um PC para VR de ponta.
Leland Hedges, gerente geral da Pico EMEA, descreve o Pico 4 ao The Verge como um “primeiro headset VR” para uma variedade de novos usuários, voltado para uma combinação de jogos, fitness e vídeo. A startup também está lançando um ambiente social chamado “Pico Worlds”, prevista para 2023.
E, claro, já tem uma integração com o TikTok: você pode conectar sua conta da rede social com o aplicativo de vídeo Pico para assistir a vídeos curtos no fone de ouvido.
O modelo de negócio da Meta tem sido impactado pelo TikTok, movimentando mudanças nas plataformas da empresa. Instagram e Facebook já sentiam o impacto no número de usuários, mas o negócio piora quando a gente olha para o futuro.
Em um momento complexo, inclusive condenada nesta quarta-feira, 21, a pagar US$ 174,5 milhões em danos ao Voxer, um aplicativo que acusou a gigante da mídia social de violar suas patentes e usar o “ao vivo” em suas lives, a Meta vive o sonho do metaverso.
Ou seria pesadelo? As investidas estão custando caro na realidade, impactando os movimentos da empresa, inclusive de demissões, e encolhendo a fortuna de Mark Zuckerberg, que caiu mais da metade, a maior perda entre os ultrarricos monitorados pelo Bloomberg Billionaires Index.
O Pico 4 está sendo anunciado algumas semanas antes do evento Meta's Connect, onde o público deve conhecer o “laptop para o rosto” desenvolvido pela Meta. O VR da TikTok está mais preocupado em atingir um usuário iniciante, que está preocupado com a facilidade de uso, acessibilidade e preço. Ou seja, não se sente ameaçado pelo anúncio.
Entretanto, a ByteDance se planeja para lançar posteriormente uma versão mais cara do fone de ouvido que inclui câmeras de rastreamento ocular, assim como o Cambria, da Meta, para se manter competitivo e correr atrás de novos mercados.
Enquanto a ByteDance voa no mercado, já abraçando novas frentes de negócios, outros problemas assustam a Meta, incluindo a aposta do Instagram no Reels em um momento que o setor fatura menos com anúncios em meio a uma desaceleração econômica. E o metaverso parece ainda distante, um sonho.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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