TikTok Shop no Brasil: quais são as marcas mais preparadas para a chegada do novo e-commerce

O TikTok Shop ainda não chegou no Brasil, mas já tem causado alvoroço no setor de varejo brasileiro - e com razão. De acordo com um levantamento da Data.AI, empresa especializada em mercado mobile, o Brasil é um dos únicos países que passa mais de 5h por dia em aplicativos - sendo o TikTok um dos mais visitados. Ou seja, transformar esta rede social num e-commerce, vai fazer com que todos os outros e-commerces do país tenham que se reorganizar para competir com esse volume de atenção que o TikTok é capaz de capturar. 

De acordo com a pesquisa "TikTok Primer: From Entertainment App to Commerce Engine", divulgada pelo Santander a vários veículos de mídia, a chegada do TikTok Shop pode representar uma oportunidade para as empresas locais. Além disso, o banco listou algumas marcas brasileiras que estariam mais preparadas para a chegada do novo e-commerce: Magazine Luiza, Mercado Livre, Natura, Renner e C&A. 

Por que essas são as marcas mais preparadas? 

• Magazine Luiza: a Magalu tem apostado fortemente em transformação digital e social commerce nos últimos anos. Ela já possui uma estrutura robusta de marketplace e foi uma das primeiras grandes varejistas a investir em influenciadores como canais de venda por meio do programa Parceiro Magalu. Isso a posiciona bem para explorar o modelo de live commerce e vendas via criadores, que é exatamente o que o TikTok Shop propõe.
• Mercado Livre: como maior player do e-commerce na América Latina, o Mercado Livre se destaca por sua logística eficiente, forte estrutura de pagamentos (Mercado Pago) e experiência com soluções integradas. A empresa também tem investido em inteligência de dados e performance em plataformas digitais, o que a torna apta para explorar o poder de conversão da audiência do TikTok com precisão.
• Natura: a Natura já é referência em vendas por relacionamento, modelo muito próximo da lógica do TikTok Shop, que se apoia no engajamento pessoal e influência. A marca também tem forte presença em redes sociais e vem testando novas tecnologias para digitalizar suas consultoras e consultores, abrindo espaço para a integração com plataformas como o TikTok.
• Renner: a Renner tem feito avanços significativos em omnicanalidade e na digitalização da jornada de compra, além de manter forte presença nas redes sociais. A empresa aposta em conteúdo como forma de engajamento com o público jovem, o que é totalmente aderente ao ambiente do TikTok Shop. Sua capacidade de integrar canais físicos e digitais é um diferencial competitivo relevante.
• C&A: a C&A tem mostrado agilidade em testar formatos de conteúdo digital, como lives, vídeos curtos e influenciadores. Ela também tem uma operação de e-commerce ágil e um público-alvo muito alinhado com a base do TikTok (jovens e jovens adultos). A marca vem ampliando sua atuação em canais digitais e pode capitalizar bem sobre a integração entre descoberta e compra promovida pelo TikTok Shop.

A China ataca novamente 

Para Junior Borneli, CEO da StartSe, a entrada do TikTok Shop no Brasil é mais um grande indicador de que a China é inovadora em tudo que se propõe a fazer. “A gente tá vivendo agora a entrada de um novo player chinês, a China está cada vez mais presente no e-commerce brasileiro e nós estamos vendo como os chineses são diferentes dos demais, porque eles vêm a partir de uma rede social. O varejo, o e-commerce de forma geral, depende muito de atenção, e o TikTok é, na verdade, essa verdadeira máquina de atenção", disse ele em entrevista para a CNN.

Ou seja, a chegada do TikTok Shop é um sinal claro de como o modelo de consumo está mudando no mundo. E, mais uma vez, a China sai na frente ao criar um ecossistema onde entretenimento, influência e compra estão completamente integrados. O mercado chinês nos mostra hoje o que será tendência global amanhã. Entender essa lógica, se antecipar e se adaptar rapidamente pode ser o diferencial entre liderar ou ficar para trás.

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