Participação das mulheres no mercado de trabalho da Arábia Saudita mais do que dobrou desde 2016; já no empreendedorismo, elas representam 17,7% de todos os empreendedores do reino, segundo o Global Entrepreneurship Monitor.
Mulher saudita segurando xícara e tablet (Imagem: Canva)
, jornalista
6 min
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2 out 2023
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Atualizado: 2 out 2023
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Fui à Riyadh, capital da Arábia Saudita, para conhecer de perto as iniciativas do governo rumo à Nova Economia.
É algo novo, se antes o governo reprimia as mulheres a participarem do mundo dos negócios, agora a história é outra. Não poderia ser diferente, já que o mundo caminha em direção à equidade de gênero.
Mas, antes de te contar os detalhes da inserção das mulheres no trabalho e no empreendedorismo, não posso deixar de lado um fator importante: até cinco anos atrás as mulheres sauditas não podiam dirigir carro.
Pois é. Dá para imaginar que apenas em 2018 elas conquistaram o direito de dirigir veículos? A boa notícia é que a mudança veio com tudo. Algumas delas, por exemplo, conduzirão trens-bala entre Meca e Medina. Para você ter uma ideia, teve cerca de 28 mil candidatas para serem maquinistas.
Você já deve ter percebido que isso significa mudança no mercado de trabalho, né?
Em termos de números, a participação das mulheres no mercado de trabalho da Arábia Saudita mais do que dobrou desde 2016:
Por quê? O crescimento é resultado da iniciativa Vision 2030 em que um dos pilares é mais favorável à inclusão de mulheres.
O discurso é promovido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Por outro lado, a taxa de desemprego das mulheres sauditas ainda mantém-se alta:
As mulheres representam 17,7% de todos os empreendedores do reino, segundo o Global Entrepreneurship Monitor.
A liderança responsável para continuar promovendo o empreendedorismo feminino na região é Afnan Ababtain, diretora do departamento de empreendedorismo feminino de MonshaatSA, administração governamental que fornece vários tipos de serviços de consultoria de gestão de negócios para as pessoas.
Como? Afnan criou uma estratégia nacional para ajudar as mulheres empreendedoras a desenvolver competências por meio de programas e colaboração entre partes interessadas do governo, ministérios e indústrias privadas.
“Vejo muito potencial no futuro na Arábia Saudita porque têm um grande talento e o apoio do governo ― mesmo em diferentes ministérios e organizações privadas, sem fins lucrativos que abrem as portas para as mulheres. Então, veremos muitas mulheres liderando setores”, me contou Afnan em uma conversa na sala vip do evento Biban 2023.
Elas são quase metade das startups e donas de PME (cerca de 45%).
“Quando estamos falando sobre a economia, estamos falando sobre usar todos os recursos que temos ― e as mulheres são um dos mais importantes. Precisamos trabalhar na ativação delas na economia”, completa Afnan.
Por muito tempo, a Arábia Saudita seguia firme com o petróleo movimentando a economia, mas à medida que a evolução tecnológica e agendas globais como o ESG avançam, caminhamos para a era pós-petróleo e, obviamente, o reino sabe disso.
Não se adaptou, não se transformou? Vai ficar para trás. Não tem mais espaço para quem fecha os olhos para pautas tão necessárias e que ditam o agora e o futuro — e isso está claro em todo o mundo.
Que a diversidade, incluindo a de gênero, continue acontecendo em todo o mundo. Afinal, não dá para esperar por 131 anos para atingir a paridade de gênero, né?
Leitura recomendada
E você pode fazer individualmente ou fechar um pacote corporate do WLP, Formação Internacional de Impacto, que desenvolve habilidades, competências e perspectivas necessárias para uma Liderança Feminina Transformadora, em posições estratégicas. É um programa da StartSe e da Nova SBE. Confira!
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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