A vida profissional está em constante mudança. Mesmo na maturidade, muitos profissionais buscam novas oportunidades. Neste artigo, você vai entender como a marca pessoal pode ser a chave para uma transição de carreira bem-sucedida.
Foto: Pexels
, Professora e colunista da StartSe
9 min
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7 nov 2024
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Atualizado: 7 nov 2024
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O desejo de trocar de emprego, de função ou de carreira tem sido altamente perceptível pelo mundo. Diversas pesquisas indicam a necessidade de uma virada na vida profissional, que surge por diferentes motivos, como ter mais equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Além disso, tecnologias como a IA estão transformando o mercado de trabalho, fazendo surgir novas funções e extinguindo outras, como aponta o último relatório do WeForum sobre o futuro dos empregos, o que aumenta a necessidade de analisar a carreira sob uma nova perspectiva.
Aqui no Vale do Silício, onde vivo e atuo, essa transformação é evidente. Em um ambiente tão dinâmico, profissionais precisam estar prontos para mudar de rota rapidamente, seja para acompanhar a evolução tecnológica, seja para manter a relevância em um mercado que valoriza a inovação e a adaptação contínua.
Nesse ambiente volátil, o anseio por mudar de carreira pode aparecer em várias fases da vida, mas pode se manifestar especialmente na etapa mais madura dos profissionais, em que o olhar para jornada percorrida desencadeia uma reflexão profunda sobre o seu estado de satisfação. É daí que nasce o desejo de dar uma guinada na carreira.
Por exemplo, entre as pessoas com mais de 45 anos no Brasil, 67,8% estão em diferentes estágios de planejamento ou implementação de mudanças em suas carreiras, segundo a pesquisa “Transição de Carreira na Maturidade 2024”, da Maturi e da NOZ Inteligência.
Um dos grandes desafios de mudar de carreira é lidar com o que vão pensar familiares, amigos, ou seja, o nosso círculo social, sobre esse novo momento. Trago um trecho do que escreveu Herminia Ibarra, professora de Comportamento Organizacional da London Business School, para a HBR, que explica esse aspecto:
“Quando as pessoas decidem mudar de carreira e estão em transição, elas frequentemente lutam não apenas com seu próprio senso de perda (conforme deixam seu antigo eu profissional para trás), mas também com as expectativas das pessoas ao seu redor (muitas das quais esperam que elas mantenham o status quo ou restaurem o que foi perdido)”.
Herminia ainda fala que o resultado desse sentimento é a adoção de opções de carreira que são próximas do que a pessoa já fez. Ou seja, isso acaba impedindo um mergulho mais fundo na própria identidade, que leva a descobertas de potenciais que podem ser usados na nova jornada.
Na minha experiência aqui no Vale, percebi que a comunidade local enxerga o fracasso de forma distinta: ele é visto como um passo natural para a inovação e o crescimento. Essa mentalidade encoraja profissionais a tomarem riscos calculados, mudarem de rumo e buscarem novas direções, até mesmo em momentos mais avançados da carreira. Esse pensamento é essencial para o sucesso em um ambiente tão competitivo e mutável.
Como sempre digo, a nossa marca pessoal já existe, porque ela está associada à forma como atuamos no mundo. A questão é que nem sempre o que queremos transmitir é percebido pelas pessoas.
Na transição de carreira, seja para alcançar uma nova posição ou empreender, é fundamental jogar luz aos nossos potenciais. É preciso que o público tenha a percepção clara do melhor que fazemos, e isso começa com o nosso conhecimento sobre eles.
O autoconhecimento e a clareza de propósito são fundamentais, pois ajudam a moldar uma identidade profissional que não só se alinha com as tendências do mercado, mas também expressa uma visão autêntica e inspiradora.
A capacidade de identificar o que temos de pontos fortes, fortalecendo-os e aplicando-os nas atividades da rotina profissional, é o segredo da marca pessoal, que tem como uma das bases a abordagem de psicologia positiva de Martin Seligman, considerado criador do conceito.
Por exemplo, atendi um médico anestesiologista, de 72 anos, que queria sair da cirurgia e partir para o empreendedorismo. Durante o método, ele descobriu aspectos de seus potenciais que o ajudaram nessa nova trajetória.
Seus objetivos ficaram mais tangíveis no decorrer das etapas do processo e, a partir deles, ele soube o que queria fazer e desenvolveu um programa para preparar médicos para o futuro da medicina.
Permite, portanto, focarmos as escolhas de acordo com o que podemos entregar de melhor para o nosso público, evitando armadilhas, como ficarmos presos às perspectivas de outras pessoas e ao nosso próprio medo da mudança.
Toda essa visão de nós mesmos e do que podemos entregar de valor, a partir dos potenciais e conhecimentos, possibilita a criação de uma narrativa genuína. Isto é, o desenvolvimento de uma comunicação exclusiva, eficiente e influente, a ponte entre o que nós sabemos e o nosso público.
Por fim, posso dizer que o trabalho da marca pessoal é dar foco ao futuro, ao que desejamos e buscamos, e isso tem tudo a ver com uma transição de carreira bem-sucedida.
Leitura recomendada
Experimente vivenciar a inovação e a tecnologia onde elas nascem. Em 6 dias de Imersão no Vale do Silício, você vai se conectar com renomados acadêmicos, inclusive com Giuliana Tranquilini, autora deste artigo e nossa professor no Vale. Saiba mais aqui.
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, Professora e colunista da StartSe
Atuou como executiva em Marketing e Branding, com mais de 25 anos de experiência construindo marcas corporativas como Natura Cosméticos, Havaianas entre outras. É Co-founder da BetaFly especializada Marcas Pessoais, professora de MBA e pós-graduação, palestrante e autora do best-seller "Sua Marca Pessoal" .
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