A aquisição da DeÔnibus pelo grupo internacional Travelier está redefinindo o cenário do transporte rodoviário no Brasil. Esta transação, cujo valor não foi divulgado, sinaliza uma nova fase para a DeÔnibus, agora parte de um conglomerado global.
Travelier, de Israel, compra a DeÔnibus e desembarca no Brasil
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6 min
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14 mai 2024
•
Atualizado: 14 mai 2024
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A Travelier, um grupo com origem em Israel que opera serviços de transporte em várias partes do mundo, comprou o marketplace brasileiro de passagens DeÔnibus.
A operação, que não teve o valor divulgado, deu saída para ACE, GVAngels e outros investidores pessoa física que tinham aportado recursos na companhia.
O fundador Breno Moraes segue à frente do negócio, junto com a cofundadora (e sua irmã) Mariana Malveira, diretora de produto e tecnologia e relacionamento.
Segundo ele, agora como parte de um grupo mais forte, o objetivo é seguir o ritmo de crescimento de 50% ao ano.
“Temos coisas para anunciar em breve que estão saindo do forno”, profetiza. A estimativa dele é que hoje as vendas de passagens de ônibus representam 30% do total. O percentual pode chegar a 50% em dois ou três anos. “O rodoviário cresceu bastante com o aumento dos preços do transporte aéreo”, avalia.
Além da DeÔnibus, disputam esse mercado a ClickBus, Buson e Quero Passagem. A Buser também tem seu marketplace.
Os sites representam 60% das passagens de ônibus vendidas online. A estimativa de Breno é que a DeÔnibus responde por 15% do mercado. Hoje ela oferece opções de 300 viações diferentes, cobrindo 80% do território nacional.
A equipe da companhia conta com 45 pessoas. De acordo com Breno, em 2023 ela registrou o melhor desempenho desde sua criação, em 2012, com Ebitda positivo pelo segundo ano consecutivo. O fundador não abre o valor receita.
O último dado público é de 2022, quando o volume de vendas foi de R$150 milhões. Na época, a DeÔnibus tinha a ambição de chegar a R$ 1 bilhão em um prazo de cinco anos, impulsionada pela união com a Fretamais.
Com a integração à Travelier, Breno não se arrisca a apresentar nenhuma meta em termos de valores, mas conta o que plano é fortalecer a operação dentro do Brasil, e também oferecer opções internacionais, facilitando a vida de quem viaja para fora.
A Travelier tem cinco marcas que atuam em 120 países da Ásia, Europa, América Latina, EUA e África. Há dois anos ela tinha comprado a Plataforma 10, na Argentina. O mesmo vai acontecer para viajantes estrangeiros que queiram se deslocar de ônibus por aqui.
Além dos marketplaces que atendem consumidores no modelo B2C, a Travelier tem duas empresas que desenvolvem tecnologias para empresas de transporte, o que abre uma oportunidade de expansão de receitas da DeÔnibus no B2B. Nascida em 2017, a companhia já levantou R$ 500 milhões e fez seis aquisições.
Breno conta que a aproximação com o grupo começou antes da pandemia, quando a DeÔnibus estava em processo de avaliar seus próximos passos.
“Crescer rápido envolveria uma estratégia de M&A e para o tamanho do cheque que a gente precisaria você conta na mão os fundos que podem fazer. E no mundo há três empresas querendo criar esse Booking.com do rodoviário”, diz ele.
O plano não era simplesmente trazer dinheiro, mas achar um parceiro estratégico para o negócio.
As conversas esfriaram, por razões óbvias, mas com as coisas voltando ao normal, o Brasil se tornou um mercado interessante para elas, por ser o terceiro maior mercado rodoviário do mundo.
Por volta do meio do ano passado as conversas amadureceram por conta da possibilidade de liberdade e aproveitamento de sinergias.
“Só faria sentido dar um passo desses se fosse bom para a empresa e para os investidores”, diz. O conflito com o Hamas chegou a colocar o negócio em dúvida por parte dos brasileiros, mas não houve atraso na negociação.
A DeÔnibus nasceu em 2012 como Brasil by Bus e em 2014 ganhou seu nome atual. Ela foi parte da primeira turma de aceleração da ACE – na época ainda chamada de Acceleratech.
Em novembro de 2021 ela levantou R$ 4 milhões em dívida e equity. A parte de equity foi liderada pela GVAngels, que colocou seu cheque máximo, de R$ 1,5 milhão.
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