Em meio à corrida por dados, atenção e domínio em IA, a OpenAI testa um protótipo de rede social com feed e geração de imagens. Seria essa a próxima revolução ou apenas mais uma distração em um mercado saturado?
Foto: Pexels
, Redator
6 min
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24 abr 2025
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Atualizado: 24 abr 2025
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Durante os últimos anos, a OpenAI se consolidou como o símbolo da nova era da inteligência artificial generativa. Seu ChatGPT mudou o jogo na interface homem-máquina e abriu caminho para uma avalanche de aplicações. Mas agora, a empresa quer ir além dos chats e está explorando um território já bem povoado: as redes sociais.
De acordo com a The Verge, a OpenAI está desenvolvendo internamente um protótipo de rede social com feed interativo e geração de imagens integrada ao ChatGPT. Ainda em estágio inicial, o produto vem sendo testado dentro da própria organização e apresentado a um pequeno grupo externo a pedido do CEO, Sam Altman.
A proposta? Criar uma nova forma de compartilhar conteúdo, agora com inteligência artificial no centro da experiência.
O projeto, que ainda não tem nome nem definição clara sobre ser um aplicativo independente ou uma extensão do ChatGPT, sinaliza um novo capítulo para a companhia: competir diretamente com gigantes como Elon Musk (X/Grok) e Mark Zuckerberg (Meta/Llama).
Imagine uma rede social onde usuários criam posts com ajuda de IA, imagens geradas pelo ChatGPT e sugestões de conteúdo automatizadas. Com base em dados contextuais, gostos pessoais e tendências virais, a IA pode sugerir desde uma piada pronta para viralizar até uma imagem artística com estética de vanguarda. A ideia é transformar a forma como nos expressamos e consumimos conteúdo online.
Há múltiplas camadas. Em primeiro lugar, a OpenAI quer algo que hoje não possui: um fluxo constante de dados proprietários e atualizados em tempo real. Enquanto a Grok (de Musk) é alimentada pelos posts da X e a Llama (da Meta) é treinada com bilhões de interações sociais, o ChatGPT ainda depende majoritariamente de dados históricos e curados. Uma rede social própria mudaria isso (e muito).
Em segundo lugar, a movimentação tem um claro tom estratégico. Depois de Altman recusar publicamente uma proposta bilionária de compra feita por Elon Musk, a disputa entre os dois vem se intensificando. O flerte com o mundo das redes sociais parece menos um experimento e mais um contra-ataque. Altman chegou a brincar, dizendo: “Compramos o Twitter por US$ 9,74 bilhões se você quiser”, em resposta à oferta hostil de Musk.
Mas há outro fator: o timing. Com o ChatGPT se tornando o app mais baixado globalmente, a OpenAI está no auge da atenção pública, e isso pode ser a melhor hora para lançar algo novo.
Porém, nem tudo são likes.
Criar uma nova rede social em um mercado saturado, polarizado e cada vez mais regulado é um desafio. O sucesso de uma plataforma depende não só da tecnologia, mas da construção de comunidade, moderação de conteúdo, modelo de negócios claro e, claro, timing cultural. Basta lembrar dos inúmeros "substitutos do Twitter" que fracassaram nos últimos anos. A IA pode ajudar a criar conteúdo, mas não garante a criação de conexões humanas reais, que é o verdadeiro motor de qualquer rede social.
O projeto da OpenAI é um termômetro de como as grandes empresas de IA estão redesenhando o ecossistema digital. Dados são o novo petróleo, e quem controla o feed controla o futuro do machine learning. Para executivos e inovadores, fica o alerta: a próxima fronteira não é só técnica, mas sim também cultural, social e estratégica. E começa com uma pergunta: quem vai treinar a próxima geração de inteligências? Talvez, quem criar o próximo feed.
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