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Logo do Twitter agora é cachorro de criptomoeda: o que está por trás da mudança?

Entenda por que o logo do Twitter virou o Doge e as últimas polêmicas da rede social (que agora tem código aberto e está retirando selos de verificação)

Logo do Twitter agora é cachorro de criptomoeda: o que está por trás da mudança?

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, jornalista da StartSe

7 min

4 abr 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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Se você entrou no Twitter recentemente, provavelmente levou um susto. Na tarde de segunda-feira (03/04), o famoso logo do passarinho foi substituído por um cachorro. E não é qualquer cachorro: é o Doge, um meme que deu origem à criptomoeda Dogecoin.

Mas as novidades no Twitter vão além do meme. 

Twitter abre código-fonte de algoritmo de recomendação

Elon Musk, o dono da rede social, também abriu o algoritmo para todos – e desenvolvedores já estão descobrindo alguns dos segredos para viralizar na rede (entenda mais adiante). Esse é um feito inédito dentre as grandes redes sociais (as pessoas ainda tentam desvendar o algoritmo do Instagram, por exemplo).

E, ainda no meio disso tudo, empresas, influenciadores, jornalistas e pessoas públicas com contas verificadas na época pré-Musk (quando ainda não era um recurso por assinatura no Twitter Blue) esperavam que seus verificados fossem retirados a partir de primeiro de abril. O que está acontecendo lentamente.

Por que o logo do Twitter agora é um cachorro?

Elon Musk possui um looongo histórico com a criptomoeda Dogecoin. Antes mesmo de comprar o Twitter, ele já publicava nas redes sociais sobre o ativo e isso impactava diretamente em seu valor de mercado.

Na sexta-feira (31/03), o magnata entrou com recurso na Justiça dos Estados Unidos em um processo contra ele por fraude e manipulação de preços do Dogecoin. Investidores do criptoativo acusam Musk de aumentar o preço do Dogecoin em mais de 36.000% ao longo de dois anos. Os prejuízos chegariam a US$ 258 bilhões.

O caso virou notícia e essa foi uma das razões de Musk ter trocado o ícone do Twitter. Ele tornou realidade uma sugestão que um usuário deu em março de 2022, quando ele ainda discutia sobre o mercado de redes sociais.

O que está acontecendo com o Twitter?

“Uma nova plataforma é necessária?”, Musk tweetou. Um usuário respondeu “apenas compre o Twitter e mude o logo de um pássaro para o Doge.” Musk respondeu: “haha isso seria louco.” E foi exatamente o que aconteceu, cerca de um ano depois.

O próprio processo contra Musk também teve início em 2022 e, na época, o CEO da Tesla e SpaceX chegou a afirmar que estava defendendo a Dogecoin porque trabalhadores das empresas que ele lidera pediram.

Após a mudança do logo do Twitter para o Doge, as ações do token cresceram 30%.


Como funciona o algoritmo do Twitter?

O Twitter tornou público trechos de seu algoritmo de recomendação na sexta-feira (31/03). O código foi divulgado na plataforma GitHub. Agora, desenvolvedores podem desvendar como funciona a construção da “For You”/”Para você”, aba de conteúdos recomendados na rede.

Alguns destaques:

  • Os tweets que podem aparecer na aba de recomendação são ranqueados pelo algoritmo com base no número de curtidas, retweet e respostas
     
  • Depois que é realizada uma pontuação, o algoritmo remove tweets de contas que são silenciadas ou bloqueadas pelo usuário e remove pessoas que twittaram muitas vezes
     
  • A tecnologia também busca equilibrar tweets de autores que o usuário segue e de quem não segue
     
  • Se algum tweet possui um feedback negativo, a pontuação diminui

“O objetivo do nosso esforço em abrir o código é prover transparência total a vocês, nossos usuários, de como nossos sistemas funcionam. Nós divulgamos o código de nossas recomendações para que você entenda o algoritmo com maiores detalhes e estamos trabalhando em ferramentas para trazer mais transparência ao nosso app”, descreveu a empresa no anúncio.

Ao analisar o código, a programadora Jane Manchun Wong descobriu que o algoritmo identifica quais são os tweets de Elon Musk.

Como as empresas estão reagindo ao Twitter

Sobre o Twitter Blue e o selo verificado

Quando assumiu a empresa, o CEO da Tesla estava determinado em torná-la mais rentável – e decidiu que criar o serviço de assinatura Twitter Blue seria o melhor caminho. Na prática, o serviço oferece o selo de verificado aos usuários, bem como a possibilidade de editar tweets, adicionar verificação de dois fatores, entre outros.

Ele também anunciou que o Twitter Blue substituiria o sistema vigente e as pessoas e empresas que gostariam de manter o selo deveriam assinar o serviço. Quem não assinou ficou no aguardo de que o selo sumisse a partir de 1º de abril, o que parece estar acontecendo aos poucos, de usuário para usuário.

Após ter o selo de verificação retirado, o jornal “The New York Times” anunciou no domingo (02/04) que não pagaria a taxa do Twitter Blue. Para empresas, o valor é de US$ 1 mil mensal. O jornal também disse à Reuters que não reembolsará os repórteres que usam o serviço em suas contas pessoais, “exceto em casos raros em que esse status seja essencial para fins de denúncia."

Elon Musk twettou em resposta: “a tragédia real do @NYTimes é que nem a publicidade deles é interessante. Além disso, o feed do Twitter deles é equivalente a diarreia, é ilegível. Eles teriam muito mais seguidores se só postassem seus melhores artigos. O mesmo se aplica a todas as suas publicações." O tweet tem mais de 19 milhões de visualizações.

Além do The New York Times, perfis de pessoas físicas e jurídicas, como Los Angeles Times, Casa Branca e Lebron James afirmaram que também não irão pagar pelo Twitter Blue.

E as publicidades?

Mas, antes de criar o Twitter Blue, a maior parte da receita do Twitter vinha de publicidade. No entanto, com as polêmicas envolvendo a rede social e Elon Musk (e o fato de que pessoas passaram a comprar o verificado e fingir ser outras empresas e celebridades), as companhias foram se afastando da rede.

Elon Musk foi visto se esforçando para que as empresas voltassem a apostar financeiramente no negócio. Mas, agora, é difícil ter clareza se elas realmente estão olhando para o Twitter com seriedade e um local para fazer publicidades, principalmente quando o logo da plataforma se torna um meme de um cachorro (e criptomoeda).

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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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