A IDTech brasileira de biometria facial e autenticação de documentos recebeu um aporte de R$ 625 milhões. Agora, o objetivo é se consolidar no mercado como a principal empresa de autenticação do mundo.
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12 min
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4 ago 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Nos últimos anos, foi notável o crescimento da digitalização em todo o mundo. Neste cenário, o mercado de proteção de identidade digital nunca esteve tão em alta. No país, a unico, IDTech brasileira de biometria facial e autenticação de documentos, se destaca. Por quê? Se tornou o mais novo unicórnio — empresas avaliadas em, ao menos, US$ 1 bilhão — após receber a injeção R$ 625 milhões, investidos pelos fundos General Atlantic e SoftBank Latin America Fund. Agora, o objetivo é se consolidar no mercado como a principal empresa de autenticação do mundo.
A rodada Série C também contou com a participação de Micky Malta, sócio da Ribbit Capital, e do Big Bets. O aporte chega após dez meses do último investimento de R$ 580 milhões feito pelos mesmos fundos.
Foi em 2007 que a empresa (ná época com o nome de Acesso Digital) foi fundada por por Diego Martins, com a ajuda de Rui Jordão e Paulo Alencastro. O objetivo era oferecer soluções de biometria facial e admissão digital. A sede da companhia fica em São Paulo, mas tem outros escritórios em Londrina, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Bebedouro (SP).
Cerca de dois anos depois após a fundação, a empresa apostou no mercado de M&A (Fusões e Aquisições). A primeira aquisição? A dotBR, desenvolvedora de software de gerenciamento de documentos e workflow. Em 2017 coprou a Arkivus, de biometria facial. No ano passado, de olho no segmento de análise de imagens comprou a Meerkat. Em 2021, foi a vez da Vianuvem, startup de gestão de processos digitais para vendas de automóveis. E, agora, a IDTech anunciou a aquisição da CredDefense, complementando as áreas de tecnologia e desenvolvimento da biometria facial.
Segundo a companhia, “toda a tecnologia utilizada pela IDTech segue a transparência e segurança da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desde 2018, mesmo antes dela entrar em vigor. A empresa não atua no setor público e não realiza vigilância ou qualquer tipo de monitoramento destinado à segurança pública”, diz em comunicado enviado à StartSe.
O negócio tem se mostrado tão promissor que conquistou uma cartela de clientes como Magazine Luiza, B2W, Carrefour, entre outros. Mas não apenas. A startup também tem chamado atenção de investidores de peso (veja mais no próximo tópico).
A aposta dos investidores é de que, cada vez mais, o mercado de proteção de identidade digital estará em alta. Mas não apenas. A escolha de investimento na unico faz sentido quando avaliamos os números da startup. Veja: mais de 800 empresas — bancos, e-commerces, fintechs, indústrias, varejistas e telecoms — usam a tecnologia da IDTech seja no momento de uma compra, na solicitação de crédito, no processo de admissão e na validação de documentos a partir da assinatura eletrônica.
“Com aposta no desenvolvimento de novas tecnologias, a startup, que é pioneira em autenticar e proteger identidades no mundo digital, foi uma das empresas SaaS (software as a service) que mais cresceu neste ano, conquistando um novo grande cliente a cada dia útil”, diz a empresa em comunicado.
Para Paulo Passoni, sócio do SoftBank Latin America Fund, a capacidade de crescimento da empresa — mesmo em um ano marcado pela pandemia de coronavírus — foi um dos diferenciais para o aporte. “Em meio a uma crise tão severa, nos traz confiança ver uma empresa que triplica de tamanho enquanto desenvolve tecnologia proprietária. O ecossistema e o pipeline da unico tornam a IDtech um celeiro de inovação dentro e fora do Brasil. Por isso, continuamos a investir e a acreditar nesse novo unicórnio”, finaliza.
Entre maio de 2020 e julho de 2021, os funcionários da unico saltou de 180 para cerca de 700. Desses 50% são mulheres e 50% homens. Quando o assunto é quadro de liderança, o percentual é o mesmo. O que mostra que a empresa está engajada com um dos pilares da pauta ESG — fator que tem atraído, cada vez mais, a atenção de investidores.
Além disso, a empresa de janeiro a junho de 2021, com o unico|check, solução de biometria facial da startup, já evitou R$ 22 bilhões em prejuízos a empresas e pessoas e identificou uma fraude de identidade a cada 12 segundos”, diz a companhia em nota. Esse é outro ponto vantajoso para a unico, visto que o mercado de prevenção a fraude tem se tornado gigantesco. Isso porque, apenas em companhias brasileiras, cerca de 57% são alvos de fraudes com frequência.
Para Martin Escobari, copresidente, diretor-executivo e chefe para a América Latina da General Atlantic (investidora), os serviços da unico vão ao encontro das tendências de transformação digital. “O Brasil vive uma transformação digital acelerada pela pandemia de covid-19 e a unico tem um papel fundamental nessa transformação digital, protegendo os usuários das fraudes de identidade. Existe um futuro digital com autenticação de identidade instantânea, sem senhas e com segurança. Esperamos que a unico contribua para fazer esse futuro acontecer”, diz ele em comunicado enviado à StartSe.
O mercado de biometria facial movimentou cerca R$ 1 bilhão em 2020, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid). Mostra-se um segmento tão promissor que outras startups como idwall, especializada em analisar documentos de pessoas, e a VU Security de proteção de identidade, receberam aporte nos últimos meses.
Além disso, gigantes da tecnologia como a Amazon aposta no setor. Recentemente, a companhia, por exemplo, passou a oferecer US$ 10 para os clientes que registrarem a biometria da mão nos sistemas da empresa. Por quê? Para ficar registrado no Amazon One, novo sistema da empresa lançado no ano passado, em que facilita as opções de pagamento. Neste caso, basta mostrar a mão e pronto, o pagamento será feito por meio do app.
Por outro lado, em meio a tantas inovações, surge uma preocupação: a segurança e privacidade dos dados dos usuários…
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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