Unicórnios não dão lucro? Uber prova que é possível: sob pressão dos investidores, o fluxo de caixa da companhia ficou em US$ 382 milhões positivos.
unicornio-que-da-lucro-uber-prova-possivel (Foto: Unsplash)
, Head de Conteúdo na Captable
8 min
•
5 ago 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques, da Captable Brasil.
13 anos. Esse foi o tempo que a Uber demorou para dar lucro. O resultado do trimestre fiscal da companhia é mais uma confirmação de que unicórnios podem, sim, dar lucro – basta escolher.
Para chegar no resultado positivo – US$ 364 milhões no EBITDA ajustado e US$ 382 milhões no fluxo de caixa – foi necessária uma receita líquida de US$ 8,07 bilhões. Será que uma receita desse tamanho seria possível caso a startup não tivesse queimado caixa para crescer por 13 anos?
Para chegar na receita necessária para superar seus gastos operacionais, o Uber teve que crescer, em comparação com o trimestre anterior, 150% nos EUA e 100% na Europa, aumentar em 100% a receita com mobilidade, crescer em 37% a receita da vertical de delivery, 500% na receita de transporte aéreo e chegar em 122 milhões de usuários.
Os 122 milhões de usuários realizaram 1,87 bilhão de viagens na história da companhia. E foi só então, depois de muita pressão, que a Uber resolveu mostrar aos investidores que agora era possível dar lucro.
Se tivesse sido obrigada a chegar no resultado positivo há 5 anos, não teria expandido tanto seu negócio, não teria revolucionado a mobilidade em tantos países e nem entrado em mercados paralelos (como o delivery e as viagens aéreas).
Se fosse obrigada a dar lucro desde seu primeiro ano, sem qualquer investimento externo, a companhia, provavelmente, estaria fadada ao fracasso.
Não haveria capital para expandir (o que é condição obrigatória para tornar viável um negócio com margens pequenas, que só fazem sentido em larga escala) e nem para entrar nas inúmeras batalhas judiciais ao redor do mundo que foram necessárias até o serviço se estabelecer.
Desde que o Uber nasceu, em um longínquo 2009, milhões de pessoas aproveitaram um novo conceito de mobilidade urbana, mais conveniente, seguro e com preços mais justos. Ao mesmo tempo, como negócio, os questionamentos sobre a viabilidade do negócio e os palpites sobre como fazer a empresa se tornar lucrativa eram frequentes.
Provendo um serviço de valor para a sociedade e graças aos milhões investidos via Venture Capital, a empresa se manteve operando e crescendo apesar das críticas – mesmo sem dar lucro. Agora, finalmente, a Uber cedeu ao clamor, muito devido ao humor do mercado, e resolveu apertar os cintos para dar lucro.
O resultado do anúncio do lucro foi percebido nas ações da empresa, que dispararam mais de 30% e o valuation ficou em US$ 61,4 bilhões. Toda essa animação foi motivada pela comprovação de que o negócio é capaz de se autofinanciar – especialmente em um momento em que os investidores buscam exatamente isso.
Mesmo levando 13 anos para dar lucro, quem mais ganha com a valorização da Uber são os fundadores, funcionários iniciais e investidores que aportaram capital antes mesmo da companhia ter aberto seu capital na Bolsa de Valores. São eles que investiram quando o valor da empresa era mais baixo e acompanharam durante um período maior a valorização do seu investimento.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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