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Por que as holdings de e-commerce estão em alta?

Neste novo modelo de negócios, grupos adquirem empresas de varejo que vendem em marketplace e as incentivam a crescer

Por que as holdings de e-commerce estão em alta?

, jornalista da StartSe

7 min

4 out 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Tainá Freitas.

Uma tendência crescente nos Estados Unidos está ganhando força no Brasil: a criação de holdings de marcas de e-commerce. As americanas Thrasio e Perch compram e “aceleram” lojas virtuais de grandes marketplaces. Por aqui, o mesmo está sendo reproduzido pela mexicana Valoreo e pela Merama (que possui sede no Brasil e México). Elas estão adquirindo empresas que vendem no marketplace da Amazon, Magazine Luiza, Americanas, Mercado Livre, entre outros – e receberam grandes investimentos para fomentar as compras.

Holdings são grupos que detém a posse majoritária de outras empresas. A Movile é a holding do iFood, por exemplo, e comanda outras empresas: iFood, Sympla, PlayKids, etc. Já a Alphabet é a holding do Google, e também concentra a Waymo, Nest, Verily, entre outras.

O MODELO DE NEGÓCIOS DA MERAMA

A Merama foi fundada em dezembro de 2020, por Renato Andrade e Guilherme Nosralla no Brasil, e por Sujay Tyle e Felipe Delgado no México. A companhia levantou grandes investimentos desde o início: foram US$ 160 milhões em abril de 2021, liderado pelo Monashees e Valor Capital.

Cinco meses depois, em setembro do mesmo ano, a companhia recebeu US$ 225 milhões em uma rodada série B liderada pelo Softbank e Advent, com participação da Globo Ventures. A companhia atingiu um valuation superior a US$ 800 milhões – e é quase um unicórnio.

Não há coincidências nesse aporte: a Advent liderou o aporte na Merama com base em uma experiência prévia nos Estados Unidos. O fundo é também um dos principais investidores da Thrasio (holding que adquire marcas que vendem na Amazon). A Thrasio foi criada em 2018 e já levantou US$ 2,4 bilhões, atingindo a marca de unicórnio.

Agora, o fundo quer reproduzir o sucesso da Thrasio através da Merama, na América Latina. Além do Brasil e do México, a Merama também está atuando no Chile, Colômbia e Peru. A companhia já adquiriu ou investiu em mais de 30 empresas nestes países, mas não revela os nomes.

A Merama projeta um faturamento de US$ 250 milhões em 2021 e planeja a abertura de capital na Nasdaq dentro de cinco anos, de acordo com o LatinFinance. Já a expansão para os Estados Unidos deve acontecer nos próximos meses.

A APOSTA DA VALOREO

Enquanto isso, a Valoreo, holding mexicana de marcas de varejo, já aterrissou no Brasil. Ela também foi fundada no final de 2020, mas pelos empreendedores Martin e Stefan Florea, Alexander Grüll, Cedrik Hoffmann e Miguel Oehling. No Brasil, a companhia foca em empresas que vendem no marketplace da Amazon e Mercado Livre.

A companhia fechou uma das mais altas rodadas semente já feitas na América Latina: levantou US$ 50 milhões em fevereiro deste ano. O aporte contou com a Upper90, FJ Labs, Angel Ventures, Presign Capital e investidores-anjo. Um dos investidores-anjo é David Geisen, líder do Mercado Livre no México.

Quatro meses depois, a companhia captou US$ 30 milhões em uma rodada série A. A Kaszek Ventures é uma das investidores da companhia; com o aporte, Hernán Kazah, cofundador da Kaszek Ventures e Mercado Livre, passa a fazer parte do conselho administrativo da Valoreo.

A INSPIRAÇÃO AMERICANA

A Thrasio, criada em 2018, é um dos unicórnios mais rápidos dos Estados Unidos. A companhia, que foca em varejistas que vendem através da Amazon, é uma dos TOP 25 vendedores do marketplace.

Carlos Cashman, co-CEO e cofundador da Thrasio, disse o “segredo do sucesso” da companhia no anúncio de um investimento. “É bem simples: nós criamos relações com os vendedores e outras empresas do ecossistema da Amazon. Nós somos um recurso para ajudar os vendedores a crescerem, e estamos aqui para adquirir seus negócios e dar um pagamento bem merecido quando for a hora certa. Nós pagaremos bem em qualquer clima econômico e dividimos os ganhos financeiros após crescer suas marcas depois da aquisição”. 

Foto de Christian Wiediger no Unsplash

Ele afirma que a Thrasio já pagou mais de US$ 100 milhões aos vendedores.

Perch

Já a Perch foi fundada no ano seguinte, em 2019, e já levantou US$ 908,8 milhões, divididos em quatro diferentes rodadas. O Softbank, que também investiu na Merama, é um dos maiores investidores da companhia.

Nos Estados Unidos, as holdings de varejo são mais abertas a divulgar as marcas adquiridas. A Perch investe nas categorias de vestuário e beleza (Satina, Tame The Wild e CaliWhite); saúde e bem-estar (Truremedy Naturals, Gymb e Azmed); casa e cozinha (Prestee, Hunnibi, Hotpop e Flathead Products), entre outros.

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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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