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8 ou 80: por que valuations extremos não são bons para ninguém?

Valuations extremos, para cima e para baixo, são ruins para a startup e investidores, pois atrasam rodadas, aumentam o risco e prejudicam o sucesso do negócio.

8 ou 80: por que valuations extremos não são bons para ninguém?

O QuintoAndar se tornou a maior plataforma de moradia do Brasil. (Foto: QuintoAndar/Divulgação).

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6 min

23 mar 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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De primeira, um valuation muito alto pode parecer algo bom para a startup, e um valuation muito baixo, bom para os investidores. Mas a realidade é outra. Quando extremos acontecem (e uma startup é subprecificada ou superprecificada), os dois lados perdem.

Para calcular o valuation, há vários cálculos e métodos disponíveis, como análise do potencial de crescimento, fluxo de caixa descontado e múltiplos.

Mas o valuation não é uma simples forma. Há muitos outros fatores não tão objetivos como esses que influenciam o valor final.

E se ele for muito fora do que é praticado no mercado, startup e investidor ficam sujeitos a vários riscos.

Quando o valuation fica abaixo

Um valuation muito baixo pode, aparentemente, beneficiar o investidor ao dar a ele uma parcela maior da startup. 

“Aparentemente” porque um valuation abaixo do piso dificulta as próximas rodadas, prejudicando o sucesso do negócio (logo, do seu investimento). Isso porque é muito difícil um fundo de investimentos dizer “sim” para uma empresa que os fundadores não possuam mais de 50% das ações ou o controle do negócio.

Casos como esses são vistos bem frequentemente no reality Shark Tank

Muitos empreendedores chegam ao programa desesperados por um financiamento. Daí é a receita perfeita para os tubarões conseguirem 30%, 40%, 50% da participação na startup, por valores baixos e em um estágio bem inicial.

As startups precisam captar várias rodadas de investimento para crescer. Se logo na primeira rodada, o fundador entrega 30% ou mais do negócio, fica difícil conquistar as próximas.

Para se ter uma ideia, o Uber captou 27 rodadas até abrir seu capital na bolsa. Se ela tivesse cedido 30% logo na primeira, não iria sobrar praticamente nada para as rodadas seguintes.

Quando o valuation fica acima

Alguns empreendedores buscam aumentar o valuation para valorizarem os investimentos feitos em rodadas anteriores, assim beneficiando investidores iniciais, e por acreditarem que ele pode ser sinônimo de sucesso. 

Mas um valuation acima do teto pode também dificultar rodadas seguintes. Mesmo que consiga o investimento, ele virá de investidores pouco qualificados, que não agregam tanto valor a operação.

Uma outra consequência de um valuation alto é o empreendedor se ver obrigado a abaixar o valuation em uma próxima rodada, o que pode abalar a confiança do time e danificar a imagem do negócio ao mercado.

Além disso, startups que buscam capital a um valuation muito alto tem que lidar com altas expectativas de mercado. A análise do uso do investimento pode gerar perguntas como “o capital foi bem investido dentro da empresa? e “entregou uma empresa substancialmente maior após a rodada de investimento?”. 

Uma avaliação muito alta pode criar expectativas irreais no investidor, que será convertida em pressão ao time e empreendedor, e depois ao time de executivos.

Por que importa?

Não há padrão do que é um valuation muito alto ou um muito baixo. É por isso que, na Captable, o objetivo é sempre chegar a um equilíbrio entre investidor e startup, para proteger ambos.

Identificar o volume de capital necessário para crescer e atrair uma nova rodada, sem definir um valuation excessivo e nem entregar muita participação – fazendo com que o fundador perca o interesse em crescer a startup – é a maneira de não desvalorizar o negócio, nem prejudicar o investidor.

A Captable é o lugar onde você acessa as melhores oportunidades de investir em startups a partir de 1 mil reais. Faça as contas: com apenas 5 mil reais, você já consegue montar um portfólio diversificado e aumentar as chances de sucesso nos investimentos. Não fique de fora do próximo exit, cadastre-se.

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Imagem de perfil do redator

Juliana Irala é produtora de conteúdo na Captable, plataforma de investimentos da StartSe, que conecta mais de 7 mil investidores a negócios inovadores. Formada em Jornalismo pela ESPM, tem mais de 4 anos de experiência em produção de conteúdo textual e audiovisual.

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