Via investe em três fintechs, de crédito a cripto

Por Victor Marques

A Via separou capital em abril para investir em startups. O fundo de Corporate Venture Capital da empresa reservou R$ 200 milhões para aportar em negócios inovadores ao longo de cinco anos. Hoje, a dona das Casas Bahia e Ponto anunciou suas três primeiras investidas: GoPublic, Poupa Certo e byebnk. O valor dos investimentos não foi revelado.

As três startups escolhidas são do setor financeiro - ou seja, fintechs - e apostam em três verticais distintas: crédito, educação financeira e criptomoedas. Entenda por que as fintechs conquistaram os investimentos e a estratégia das empresas que destinam capital para investir em startups.

GOPUBLIC

A GoPublic desenvolveu um algoritmo para fazer análise de crédito - focado no online. A tecnologia da startup deve fortalecer a análise de crédito que a Via já utiliza para determinar a viabilidade dos pedidos de crediário. Unindo os dados complementares da GoPublic a ideia é tornar as análises da Via mais precisas e abrangentes, além de ampliar o crediário digital, a tecnologia também apoiará a oferta de uma nova solução: o crediário as a service - ou seja, a Via quer oferecer seu serviço de crediário para outras empresas.

POUPA CERTO

O Banqi é a fintech da Via, focada em oferecer serviços bancários para as classes C, D e E. A Poupa Certo tem sinergias claras com o negócio, uma plataforma de educação financeira que oferece gerenciamento de gastos e investimentos, além de gamificação para incentivar que o usuário economize e invista mais do seu dinheiro. A ideia com o investimento é tornar o Banqi um super app financeiro para seus clientes e reforçar o relacionamento com eles.

BYEBNK

A byebnk é a aposta mais ousada nos investimentos anunciados pela Via: trata-se de uma plataforma de gestão de criptomoedas - o que inevitavelmente deve integrar as opções de investimento do Banqi. A aproximação do setor de cripto não é exclusiva da Via, o Méliuz adquiriu o Alter há algumas semanas e é outra que deve explorar a popularização da criptoeconomia. No caso da byebnk a aposta é que uma carteira gerenciada pelo app, sem precisar fazer escolhas ao depositar dinheiro para investir, faça com que mais pessoas - de todas as classes sociais - passem a investir em moedas digitais.

Saiba mais:

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Invista em startups:

• CapTable - a plataforma de investimentos em startups da StartSe

CORPORATE VENTURE CAPITAL

O Corporate Venture Capital é uma tendência crescente e nada mais é que empresas estabelecidas criando fundos destinados a investir em negócios inovadores - as startups. Uma fatia cada vez maior do valor aportado nas startups é representada por grupos empresariais tradicionais que veem os investimentos como uma maneira de inovar e sobreviver em um mercado que muda mais rápido do que as empresas tradicionais costumam se mover.

Assim, ao invés de ter que inovar por conta própria - consumindo mais recursos e tempo - é possível aprender, acessar e implementar projetos-piloto através de investimento e parceria com startups que já começaram a desbravar os caminhos desejados pela empresa tradicional. Vendo essa oportunidade, criaram-se os fundos de Corporate Venture Capital (CVCs), que se dedicam a acelerar o ritmo da inovação.

Os CVCs podem abranger diversos níveis de parceria e complexidade em sua relação com as startups investidas, podendo utilizar os serviços das startups como fornecedores contratados, utilizar as soluções das startups em projetos de inovação, criar estratégias go-to-market em conjunto, investir nas startups para ter acesso às tecnologias/dados do negócio e até mesmo evoluir para uma aquisição do negócio.

Não são poucas ou pequenas as empresas que estão de olho nessas oportunidades e já criaram seus fundos de CVC, nomes como: Coca-Cola, Nestlé, Johnson&Johnson, Google, Microsoft, Ambev, Unilever, Magalu, Visa, Vale, Mastercard, BTG Pactual e muitos outros gigantes internacionais e nacionais.

Para conectar os fundos de CVC às startups, além de abrir iniciativas próprias para que as startups se inscrevam em processos seletivos próprios, muitas empresas buscam hubs de startups que ofereçam esse serviço. A CapTable, a plataforma de investimento em startups da StartSe, pode assessorar iniciativas e fundos de Corporate Venture, conectando os gestores destes fundos a startups inovadoras interessadas em captar. Além disso, proporciona a conexão de empresas interessadas em realizar M&As (fusões e aquisições) e startups da base de dados da plataforma.

POR QUE IMPORTA?

Diferente das aquisições - que objetivam integrar a solução de uma startup e, geralmente, acabam com a oferta independente da solução - no caso dos investimentos da Via, as três fintechs continuarão ofertando seus serviços de forma independente. A vantagem, além do investimento, é que agora a Via e as startups possuem conexão mais próxima e passam a compartilhar os aprendizados - além de clientes - para inovar mais rápido.

Novos investimentos do fundo de Corporate Venture da Via devem ser anunciados no curto prazo. E, com tantas outras empresas com iniciativas do tipo, as startups brasileiras devem ter oportunidades crescentes de colaborar com empresas gigantes, receber investimentos e compartilhar aprendizados - para as empresas que não desejarem ficar para trás, esse último ponto deve receber a maior atenção.

A CapTable, plataforma de investimento em startups da StartSe, permite que qualquer um tenha a oportunidade de investir em startups. Em seus dois anos, a CapTable já captou mais de R$ 32 milhões para mais de 30 startups. Recentemente, a plataforma teve seu primeiro exit com a aquisição do Alter pelo Méliuz, os investidores tiveram mais de 70% de valorização do investimento em nove meses. Cadastre-se e conheça as captações disponíveis.