Entenda o uso de inteligência artificial no comercial da Volkswagen com "Elis Regina" e como o caso abre precedentes para novos aspectos de carreira
, jornalista da StartSe
6 min
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5 jul 2023
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Atualizado: 5 jul 2023
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A cantora Elis Regina (que faleceu em 1982) apareceu e cantou em um comercial da Volkswagen. John Lennon (que faleceu em 1980) estará em novas músicas dos Beatles. E o que isso tem em comum? A inteligência artificial.
A Inteligência Artificial foi usada em um comercial da Volkswagen lançado agora, em julho de 2023, para “trazer de volta” Elis Regina. A artista “dirigiu” uma kombi antiga, ao mesmo tempo em que sua filha, Maria Rita, dirigiu a ID.Buzz, nova kombi elétrica que está chegando ao Brasil (de forma comemorativa e limitada, com apenas 70 unidades).
Elas cantaram, juntas, uma das músicas mais famosas de Elis: “Como Nossos Pais”. A voz é realmente original de Elis Regina. No comercial, a Volkswagen comunica que “o novo sempre vem”, anunciando também a chegada de uma SUV elétrica no país (o modelo ID.4).
Embora a campanha comemore a chegada dos veículos, o que mais reverberou foi a presença post mortem da artista icônica. Em comunicado, a Volkswagen explicou que usou uma dublê e uma imagem recriada de Elis a partir de inteligência artificial (mais especificamente, através do uso de redes neurais artificiais).
A campanha foi assinada pela agência AlmapBBDO e marca a primeira vez que mãe e filha protagonizaram juntas uma canção. Não é à toa que o vídeo virou pauta nas redes sociais…
E não acaba por aqui! A campanha traz para o solo brasileiro uma discussão que já existe no exterior: o uso de I.A para recriar a presença de artistas falecidos em novas obras.
Recentemente, foi divulgado que os Beatles estariam usando inteligência artificial para introduzir a voz de John Lennon em novas músicas. A surpresa no caso é a chancela de uma banda que movimenta gerações, pois a inteligência artificial está sendo usada há algum tempo (majoritariamente de forma não-oficial) para que artistas "interpretem" músicas que nunca cantaram de verdade (como neste exemplo em que Ariana Grande estaria cantando uma música da Anitta, mas é fruto da I.A).
Mas, retornando aos Beatles, Paul McCartney chegou a comentar no Twitter que a interpretação de John Lennon não estava sendo recriada para as novas músicas.
“Não posso dizer muito nesse estágio, mas para ser claro, nada foi criado de forma artificial ou sintética. É tudo real e nós concordamos com isso. Nós limpamos algumas gravações já existentes – um processo que tem levado anos”, escreveu o cantor do The Beatles.
O caso de Elis Regina e John Lennon abre precedentes: a inteligência artificial possibilita que lançamentos de artistas continue mesmo quando eles já não estiverem mais aqui? Além disso, e ainda mais importante: quais são as diretrizes éticas e legais de caso como esses?
No caso de Elis Regina e John Lennon, ambos possuem a autorização da família e são detentores dos copyrights (das obras, ao menos). Agora, principalmente com a facilidade cada vez maior de criação de deepfakes (autorizados ou não), a próxima discussão poderá ser sobre o uso da imagem vitalícia dos artistas também para novas obras.
O uso de inteligência artificial está transformando a nossa rotina, o trabalho e indústrias inteiras – e isso já sabemos! Mas casos como esses reacendem a noção de que todos seremos impactados por essa ferramenta, independentemente do nosso nível de conhecimento.
E, ao que parece, estamos apenas no início da transformação que a inteligência artificial é capaz em todos os aspectos da sociedade.
E se você quer ficar por dentro do uso de inteligência artificial na sua carreira ou negócio, conheça o AI For Leaders da StartSe para aprender com os maiores especialistas do mercado.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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