Juntas, VTEX e Zenvia levantaram mais de US$ 500 milhões em suas aberturas de capital em Bolsas de Valores americanas. Conheça mais sobre os negócios e entenda o que os IPOs indicam para o ecossistema brasileiro de inovação.
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9 min
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23 jul 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
Além dos investimentos em startups que ainda não abriram seu capital em uma Bolsa de Valores, como o de US$ 500 mi da Rappi, os IPOs vêm movimentando o ecossistema de inovação, Somente nesta semana, duas startups brasileiras abriram seu capital, ou seja, fizeram um IPO.
A VTEX e a Zenvia escolheram bolsas americanas para fazer as operações, enquanto a VTEX abriu seu capital na NYSE, a Zenvia optou pela Nasdaq. Entenda o que as startups oferecem, os investimentos recebidos e o que os IPOs significam pro mercado de startups brasileiro.
A VTEX - à época chamada de Vitrine Têxtil - foi fundada em 2000, com foco em desenvolvimento de software para indústrias, como programas de automação de força de vendas. Em uma evolução natural e atenta à demanda crescente pelas vendas através da internet, o foco migrou para atender o mercado de varejo online. Por volta de 2004, mudou o nome para VTEX.
O caminho não foi sem dificuldades, a virada de chave foi quando conquistou o Walmart como cliente, por volta do meio do ano 2000. Nesse período, a VTEX tinha apenas quatro clientes. Com aportes do fundo Naspers, US$ 7 milhões em 2011, e do Riverwood Capital, em 2014, a companhia desenvolveu o produto de e-commerce e passou a atender clientes gigantes.
Atualmente, a VTEX já atende mais de 2 mil clientes de 32 países. A lista impressiona: Coca-Cola, Nestlé, Boticário, Whirlpool, Electrolux, Walmart, Sony e L'Oréal são algumas gigantes que já utilizam a solução de cloud commerce da startup. Na forma de um SaaS, a VTEX oferece uma plataforma que permite criar uma loja online rapidamente - oferecendo comércio, marketplace e gerenciamento de pedidos em uma única plataforma.
A Zenvia também é uma startup que atua no mercado B2B, ou seja, oferece seu produto para outras empresas. O foco da Zenvia, no entanto, está em oferecer ferramentas para conectar clientes e empresas através de SMS, WhatsApp e ligações por voz. Na tendência das compras conversacionais, a Zenvia oferece uma plataforma para que empresas criem experiências únicas de comunicação com seus clientes.
A Zenvia já atende grandes clientes, como: Fast Shop, LG, Stone e RD Station. Mas a história da empresa começou em 2003, com outro nome: Human. Inicialmente, a Human oferecia um sistema para analisar bases de dados dos clientes e criar grupos de clientes para campanhas comunicadas por SMS, de forma hiper segmentada. A parte de análise era muito avançada para seu tempo e, portanto, no momento o foco se restringiu a entregar as mensagens de texto.
Em 2008 a escalada da startup começou: a companhia entrou no ranking da Deloitte/Exame PME como uma das empresas que mais haviam crescido nos últimos anos. A partir de 2012, a Zenvia começou a adquirir e se fundir a outras startups que complementavam os serviços oferecidos ou permitiam oferecer novos. Em 2014, a empresa garantiu investimento de R$ 71 milhões da Oria Capital e do BNDES.
Hoje, a empresa atende mais de 9,5 mil empresas, auxiliando-as na conexão com mais de 200 milhões de consumidores através da sua solução de comunicação - integrando processos e sistemas de gestão de múltiplos canais.
VTEX
A VTEX abriu o capital na Bolsa de Nova York valendo US$ 3,75 bilhões, captando US$ 361 milhões. Na última rodada de investimento - antes do IPO, em setembro de 2020 - a VTEX havia sido avaliada em US$ 1,7 bilhão. Ou seja, para os investidores que aportaram nessa rodada - Tiger Global Management, Lone Pine Capital, Softbank e Constellation - houve uma valorização significativa do investimento, o capital investido mais que dobrou até o IPO, em menos de um ano.
ZENVIA
A Zenvia optou por fazer seu IPO na Nasdaq, levantando US$ 150 milhões no IPO, além de US$ 50 milhões junto à Twillio, empresa americana que realizou operação paralela ao IPO. O valor de mercado da Zenvia ficou avaliado em torno dos US$ 600 milhões. Com mais de 9,5 mil clientes e tendo faturado R$ 492,5 milhões em 2020 (número 28% maior que 2019), a companhia é um exemplo do tamanho da oportunidade que as startups brasileiras têm no mercado mundial.
Os dois IPOs são muito significativos para o ecossistema de inovação brasileiro. São exemplos do que empreendedores brasileiros são capazes de atingir, criando negócios globais e garantindo IPOs em bolsas de valores internacionais.
O crescimento no valor de mercado das startups dá dimensão da possibilidade de ganhos exponenciais dos investidores que alocaram capital nas startups antes do IPO. Quanto mais cedo investiram, mais seu capital se multiplicou - já que os investimentos realizados em rodadas mais iniciais geralmente garantem a compra da participação por menor valor que as rodadas subsequentes.
A CapTable, plataforma de investimento em startups da StartSe, permite que qualquer um tenha a oportunidade de investir em startups. Em seus dois anos, a CapTable já captou mais de R$ 32 milhões para mais de 30 startups. Já são mais de 4 mil investidores, cadastre-se e conheça as captações disponíveis.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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