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Curso pelo WhatsApp:Wakanda busca empreendedor onde ele está

Conheça a trajetória de Karine Oliveira, fundadora da Wakanda Educação Empreendedora, para descomplicar o empreendedorismo

Curso pelo WhatsApp:Wakanda busca empreendedor onde ele está

, jornalista da StartSe

6 min

30 set 2021

Atualizado: 16 jun 2023

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Por Tainá Freitas.

Quando a pandemia do novo coronavírus surgiu, a Wakanda Educação Empreendedora teve que se digitalizar. Os cursos e eventos, antes presenciais, passaram a ser online – mas não pelo caminho tradicional.

“Havia um bloqueio para lidar com a tecnologia; eu tremia na frente de uma câmera e passei seis meses lidando com essa crise, que também era interna, na terapia. Depois entendi que não gostava da tecnologia porque via por aquele viés de substituir o homem pela máquina e vi que ela poderia, de fato, ajudar”, conta Karine Oliveira, fundadora da Wakanda, em entrevista à StartSe.

Depois, o segundo passo foi tirar o “ranço” de tecnologia do próprio público de Karine. “A fórmula normal, de plataforma de cursos, Telegram, não funcionava. Começamos a fazer o curso pelo WhatsApp, ferramenta que eles mais utilizam, fui para onde o meu público está e desde então não paramos de crescer”, explica.

Karine Oliveira é de Salvador (BA), tem 27 anos, é Forbes Under 30 e uma das mulheres homenageadas pelo Movimento Mulheres do Agora. Ela é fundadora da Wakanda Educação Empreendedora, iniciativa que impulsiona empreendedores periféricos.

 

Assista a aula com Karine Oliveira: a metodologia empreendedora da Wakanda

 

APROXIMAR É IMPORTANTE

Ministrar o curso online através do WhatsApp foi colocar em prática uma das lições aprendidas por Karine antes mesmo de fundar a companhia: aproximar é preciso. Ela foi apresentada oficialmente ao empreendedorismo em 2016, mas entendeu que trabalhava com isto há muito tempo.

Eu tinha habilidade técnica, mas não entendia as palavras inglês comuns desse setor. Além disso, os exemplos de empreendedorismo eram tipo ‘Adidas’, empresas de grande porte, o que acabava afastando quem estava começando”, explica a empreendedora.

Antes da Wakanda, ela fundou a Oxente, marca de roupas, e Afropolitan, marketplace de produtos e serviços afroempreendedores. Nesta última experiência, entendeu mais sobre a realidade empreendedora do Brasil. “Percebi que eles tinham dificuldade com vendas, marketing. Ao mesmo tempo, eu tinha o sonho de ser professora, mas não de graduação. Sai em 2018 da Afropolitan para conhecer o mundo de startups; depois que eu assisti o filme do Pantera Negra e entendi que não dava para a Wakanda ser algo fictício”. A Wakanda, país fictício desenvolvido pela Disney, chama atenção pelo alto nível de tecnologia e a vivência em comunidade.

 

A FUNDAÇÃO DA WAKANDA

Embora suas experiências prévias fossem o impulso para Karine iniciar a Wakanda, foi algo que demorou para o mercado reconhecer. “Estruturei a Wakanda em um trabalho da faculdade, mas não recebi apoio lá. Consegui estrutura para captar alunos com uma faculdade que não era a minha. Na época, fui em rodadas de investimento, mas diziam que o que eu fazia o Sebrae faz, que a ideia tinha que estar rodando para investir. Eu fiquei ‘mas não era capital semente’?”, questiona.

Em 2018, o foco do mercado de startups ainda era o currículo e a graduação, não as experiências. Na época, Karine cursava Ciências Sociais e não administração, como era esperado. “Foi barril [gíria para “difícil” muito utilizada por Karine e Wakanda]. Hoje a gente agradece que o ecossistema está mudando”, comenta.

A Wakanda passou por diversas reformulações ao longo do caminho. Antes, era chamada de aceleradora, no sentido de acelerar projetos; mas o “sobrenome” caiu pois a companhia não compra parte das empresas. Ela levantou capital através de editais de apoio ao empreendedorismo – foi fundamental os R$ 50 mil recebidos da Pepsico, que ajudou a iniciar a Wakanda em 2019.

 

EMPREENDEDORISMO X GESTÃO

Embora Karine fosse empreendedora há um tempo, enquanto nascia a Wakanda, nascia também uma gestora. “Em dado momento, todos os meus amigos saíram da empresa. Eu entendi que não estava sendo uma boa gestora; com a terapia, me tornei a líder que lidera de verdade, que apoia e cria o ambiente necessário para a equipe crescer”, conta.

Em 2020, enquanto o mercado lidava com as consequências da pandemia, Karine encontrou o caminho da Wakanda. Com os cursos pelo WhatsApp, o reconhecimento como Forbes Under 30, ida ao Shark Tank, a companhia passou a captar investimentos ainda maiores do que os R$ 50 mil do início.

O crescimento também veio através da receita: “em 2021, nós conseguimos o orçamento do ano apenas em março. Eu nunca imaginei faturar um ano em três meses. A Wakanda é uma empresa de tradução de conteúdos e o empreendedorismo é o nosso carro chefe. Nossa metodologia é criar produtos junto ao nosso público-alvo, o que os torna mais fidedignos em cada ponta”, explica.

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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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