Empresa pretende demitir cerca de 20% dos funcionários, sendo metade deles do setor de tecnologia de anúncios; divisão de negócios será fechada no Brasil. Entenda!
Sede do Yahoo nos EUA (foto: Getty)
, Head de Conteúdo
5 min
•
3 mai 2021
•
Atualizado: 1 jun 2023
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!
Os cortes de demissões nas empresas de tecnologia não param. O Yahoo pretende demitir cerca de 20% dos funcionários.
Qual a maior área que o Yahoo vai demitir? O curioso, neste caso, é que do total de demitidos, 50% são do setor de tecnologia de anúncios da empresa. No Brasil, o escritório encerrará as atividades até março.
Ao fechar, os 80 funcionários da divisão de negócios, tecnologia e publicidade serão demitidos. Não foram divulgados detalhes das outras áreas.
Qual é o motivo? A razão, segundo o Yahoo, é a necessidade de reestruturar o setor, já que a unidade de publicidade Yahoo for Business não é lucrativa.
Assim, o foco é colocar esforços nos setores que mais trazem receita. Com a nova estratégia, a empresa deve deixar de competir diretamente com o Google e a Meta no mercado de publicidade digital.
Nos anos 2000, Yahoo e AOL eram os dois maiores nomes do mercado da internet. Juntas, elas valiam mais de US$ 400 bilhões, uma quantia astronômica. Hoje, após muitos erros estratégicos e decisões ruins, elas fazem parte da divisão de conteúdo Verizon Media. Ou melhor, faziam. A Verizon anunciou a venda de toda a sua divisão de mídia para o fundo de capital privado Apollo Global Management por US$ 5 bilhões – quase a metade do que a empresa de telecomunicações pagou pelas marcas.
A Verizon vai manter 10% de participação da nova empresa, que passa a se chamar apenas Yahoo. O Apollo vai ter 90% de propriedade e deve investir em um reposicionamento geral da operação.
Com valor de mercado de US$ 240 bilhões, a Verizon é a segunda maior empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, atrás apenas da AT&T.
Enquanto algumas empresas apostam em verticais de conteúdo para sua estratégia de crescimento (como o Magazine Luiza tem demonstrado muito bem), a Verizon mostra que não soube tirar ganho financeiro de sua divisão de mídia.
A intenção da empresa com a aquisição de Yahoo e AOL era gerar dados ricos para conseguir lucro com publicidade. Mas faltou investimento tecnológico e um olhar mais diversificado em um mercado de publicidade que já tem Facebook e Google como dominantes. Mais um exemplo da importância de lideranças alinhadas com as novas tendências de mercado e visão disruptiva.
No ano 2000, o Yahoo era o site mais popular da internet. O sucesso era tanto que a empresa recebeu uma oferta de compra pela Microsoft por US$ 44,6 bilhões em 2008 (um valor enorme para a época) e recusou por considerar que seu valor de mercado era muito maior.
Em 2001, o Yahoo teve a opção de comprar o Google, que ainda estava no estágio inicial de desenvolver sua inovadora tecnologia de busca, mas recusou a oferta de US$ 1 bilhão por não ver potencial na ferramenta. Em 2006, uma nova chance perdida: o Yahoo fez uma oferta de US$ 1 bilhão pelo Facebook, que foi recusada por Mark Zuckerberg. Reports da época revelaram que a rede social teria aceitado uma nova proposta de pelo menos US$ 1,1 bilhão, o que nunca foi feito.
No fim, foi o Yahoo comprado pela Verizon em 2017 por US$ 4,83 bilhões.
Já a AOL foi umas das pioneiras da Internet nos anos 90. Sua popularidade como maior provedor de internet e fornecedor de serviço se email garantia uma larga vantagem nos Estados Unidos. A empresa chegou a ser tão grande que comprou o conglomerado Time Warner em 2001 por R$ 106 bilhões – na época a maior fusão da história dos Estados Unidos, com um valor combinado de US$ 360 bilhões.
Mas a chegada da internet de banda larga deu início à derrocada da empresa. A separação do grupo aconteceu em 2009, quando a AOL passou a focar apenas em mídia, até ser comprada pela Verizon em 2015 por US$ 4,4 bilhões.
Em 2017, a Verizon criou a Oath, uma iniciativa que contava com AOL, Yahoo, TechCrunch, Huffington Post e outras. O foco era gerar entregas otimizadas de publicidade programática e reunir dados de interesses e comportamento dos usuários. Isso não deu muito certo, o que deu lugar a um rebranding e reposicionamento operacional em 2019, com o nascimento da Verizon Media.
A StartSe possui uma série de ferramentas de Inteligência Artificial com uma interface descomplicada, para que você fique por dentro do futuro de uma forma fácil e rápida. Baixe o nosso app para conferir - é 100% gratuito: Android | iPhone
Gostou deste conteúdo? Deixa que a gente te avisa quando surgirem assuntos relacionados!
Assuntos relacionados
, Head de Conteúdo
Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.
Leia o próximo artigo
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!