A estratégia da Monday.com para transformar o home office no Brasil

Por Tainá Freitas

O home office se tornou realidade para grande parte dos brasileiros em 2020. Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus, o modelo de trabalho passou a ser praticado por 33% das empresas brasileiras de forma parcial e por 46% de forma permanente, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA). 

Para algumas, continua sendo uma medida de emergência – para outras, o escritório passou a ser a exceção. Mas todas enfrentaram desafios na transição. Como, por exemplo, a comunicação, que impactou o alinhamento entre equipes e a velocidade na tomada de decisões.

É com a expectativa de mudar esse cenário que a Monday.com chegou no Brasil. A startup israelense de gestão de tarefas aterrissou oficialmente no país em fevereiro. O escolhido para liderar a operação foi Brunno Santos, executivo com passagens pela Cisco, Dell e Facebook. A premissa da Monday.com não é ser apenas uma ferramenta, mas um sistema de gestão, chamado de “Work OS”.

Como funciona um Work OS?

A Monday foi criada em 2014. Atualmente, a companhia possui mais de 115 mil clientes espalhados ao redor do mundo. Tudo começou quando Eran Zinman e Roy Man entenderam os desafios de ter um crescimento exponencial (um objetivo perseguido por startups). 

“Eles perceberam que os times operam de maneira distribuída, sem uma visão clara etapa por etapa do fluxo de trabalho. Há a falta de colaboração entre departamentos, dificuldade de visualizar um deadline e pouco apreço pelos problemas raízes, que são os processos ineficientes e times distantes”, explicou Brunno Santos em entrevista à StartSe.

De acordo com Santos, este cenário piorou na pandemia. No começo, os funcionários de empresas ao redor de todo o mundo lidavam com o uso de e-mail em excesso e incontáveis reuniões. Por isso, a aposta da companhia é centralizar o fluxo do trabalho em apenas uma plataforma, para trazer mais agilidade aos negócios – a definição de um Work OS.

O Monday une os aplicativos de trabalho – Slack, Teams, Hangouts, Trello, Notion ou seja lá qual a ferramenta que sua companhia passou a usar nesse período – em apenas um local, através de integrações.

Automatizando fluxos

Se a comunicação é uma questão no trabalho presencial ou no home office, a Monday.com possibilita a automatização de parte dela. A companhia permite o estabelecimento de um fluxo de trabalho programado: é possível criar regras para que, após um funcionário notificar que terminou sua parte no trabalho, agora é a hora de passar para a etapa seguinte - e o responsável é notificado.

“É possível automatizar qualquer tarefa operacional, como avisar que a data de entrega está chegando, por exemplo, mitigando erro humano”, afirma o líder de desenvolvimento de negócios da Monday no Brasil.

Não é preciso saber programar para estabelecer as regras – e, para a Monday, esse é um diferencial estratégico. “Departamentos tradicionais, como marketing e vendas, optam pelo sistema por não necessitar de conhecimento tecnológico”, descreve.

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A Monday ao redor do mundo

O ecossistema de startups de Israel possui uma característica interessante: as empresas são criadas para serem globais desde o início. Entenda como funciona:

Não é uma surpresa que, quatro anos após sua fundação, a companhia abriu, em 2018, seu primeiro escritório nos Estados Unidos. O status de unicórnio chegou um ano depois, após uma rodada de US$ 150 milhões em investimentos.

Em 2020, período em que a pandemia do novo coronavírus foi instaurada ao redor do mundo, a companhia cresceu 103% em comparação ao ano anterior. O Brasil se tornou o 7º país de importância para o Monday.com em nível mundial, o que explica a chegada da companhia de forma mais ostensiva em terras tupiniquins.

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