Líderes não tinham dados para embasar suas decisões e isso afetou as empresas. Entenda porquê
Homem de negócios frustrado usando o telefone (Foto: VioletaStoimenova via Getty Images)
, Jornalista
8 min
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31 ago 2023
•
Atualizado: 31 ago 2023
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O cenário nas empresas mudou. A relação com o trabalho também. A estratégia para chamar as pessoas de volta ao escritório, por outro lado, não considerou isto e agora os líderes estão vendo as consequências. Tanto é que oito em cada dez executivos americanos mudariam a forma como organizaram a volta ao presencial, de acordo com levantamento da consultoria Envoy.
Qual foi o impacto? De acordo com a pesquisa, alguns líderes lamentaram o desafio de medir o sucesso das políticas internas, enquanto outros disseram que tem sido difícil fazer investimentos imobiliários de longo prazo sem saber como os funcionários se sentirão por estarem no escritório daqui a semanas, ou mesmo meses.
Mas o que aconteceu? Depois da pandemia, “a forma como as pessoas olham para a necessidade de ir para o escritório é diferente”, diz Tiago Alves, CEO da IWG Brasil, o principal fornecedor de espaços de trabalhos e coworking do mundo. Ele escreveu o livro Nem Home, Nem Office, e explica como o híbrido pode ser um equilíbrio no novo momento de trabalho.
Com uma tomada de decisão baseada na intuição, as lideranças não conseguiram preparar e engajar o retorno aos escritórios.
Para Tiago, a pandemia reinventou o conceito de produtividade e, consequentemente, a relação com o trabalho. Além disso, “os colaboradores passaram a ter um poder de decisão sobre o modelo de trabalho muito maior do que no passado”, diz ele.
“As empresas viram que o modelo de trabalho, a localização de trabalho, a flexibilidade na jornada e no horário começaram a ser perguntas de candidatos e fatores de retenção gigantescos.”
Ele coloca a “flexibilidade como uma arma poderosa”, em um mundo onde o home office funciona, mas tem um custo para as pessoas que ficam no remoto. De saúde mental, falta de integração à LGPD, existe também o equilíbrio em um mundo onde “80% das profissões ainda dependem da presença física.”
Por isso, o híbrido funciona para:
Mas ele diz que trabalho híbrido não é necessariamente localização flexível. “Trabalho híbrido é o estado mental da empresa, é o modo operandis da empresa sendo feito diferente.”
Ele dá o exemplo de um restaurante: imagina que você chega para almoçar na terça-feira e o restaurante está fechado porque é dia em que o time trabalha de casa.
“Então, quais são os três pilares do trabalho híbrido? Colaborador, empresa e cliente. Tem que funcionar para os três. Não adianta funcionar só pra um.”
“Uma boa forma de implementar o trabalho híbrido é fazer uma pesquisa na base e não tomar decisões top down”, diz ele. Por quê? Ao tomar a decisão unilateralmente, é possível que alguns sejam beneficiados, enquanto outros acabem sentido um impacto maior.
Além da pesquisa, ele sugere eleger pessoas (campeãs do trabalho híbrido) que vão falar em nome do departamento. Com isso, é possível criar uma política clara, com regras.
“Não tem que ter medo de pôr regra em trabalho híbrido, não. A gente não tá na fase do vale tudo mais, certo? Tem que tomar cuidado.” Para ele, o risco é muito alto e é preciso preparar as pessoas para este novo momento, de acordo com as necessidades do negócio e dos colaboradores.
Em um levantamento da StartSe, 29 empresas compartilharam o modelo de trabalho que melhor funciona, elencando dicas de como foi a escolha. Nesta pesquisa, apenas 34% das empresas realizaram uma pesquisa com os funcionários para entender suas preferências.
Este é um pequeno recorte, mas que mostra o que estamos vendo também no Brasil: a dificuldade na hora de convencer os colaboradores a voltarem aos escritórios. Faltam dados para mostrar os porquês.
Agora, entendendo isso como um divisor na hora da contratação, é hora dos negócios levarem a sério e entenderem, com base em números, o que funciona ou não para os 3 pilares da equação: empresa, funcionário e cliente.
Como tem sido tomada esta decisão por aí?
Você mede seu time por ENTREGA ou HORAS TRABALHADAS?
Seja presencial ou a distância, é preciso um modelo de gestão fluida e transparente para seu time realmente se engajar nas entregas e não serem "batedores de ponto". E trazê-los para o presencial não vai mudar isso. A StartSe e outras grandes empresas do mercado adotaram um modelo de gestão capaz de dar resultado e engajamento independente do formato de trabalho. E melhor que isso: aumentou a performance e engajamento do time em níveis altíssimos. Quer saber qual é? Veja aqui qual é e como nós podemos ensinar ela na prática para você.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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