Seja criando um departamento de Open Innovation ou não, é importante que todos os colabores de uma empresa estejam alinhados com o mesmo propósito: a inovação pensando sempre no longo prazo.
Foto: Getty Images
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10 min
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20 out 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Empresas ambidestras são aquelas que têm alta capacidade de expansão e crescimento no agora, mas que também não deixam de pensar a longo prazo, para se perpetuar na liderança no futuro.
Hoje em dia, para lidar com a ambiguidade de mercados e muitas incertezas - tudo está mudando muito rapidamente na Nova Economia -, a ambidestria é uma maneira muito pertinente de se agir.
As empresas estão sendo desafiadas a inovar em um outro ritmo muito mais acelerado, portanto há de se pensar qual a melhor forma de articular a temática da inovação na cultura empresarial.
Quando se fala em inovação, geralmente, temos 3 horizontes: H1, H2 e H3. Sendo, H1: a inovação incremental. Normalmente, este é o pontapé inicial, que consiste em aprimorar aquilo que a empresa já faz, a alma do seu negócio, chamada de core business.
O H2 seria o segundo passo, quando olhamos para negócios adjacentes, isto é, perceber oportunidades complementares e transformar um modelo de negócio sem muito esforço, com retornos a médio prazo.
E, por último, temos o H3, representando o horizonte da disrupção. Este que possui um risco alto e prazo de retorno a longo prazo, é também chamado de inovação disruptiva. É comum que as empresas sigam a ordem H1, H2 e H3, consecutivamente.
No caso da RD (Raia Drogasil), o maior conglomerado de farmácias da América Latina, o caminho foi na via contrária do comum, começando pelo H3. Segundo Juliana Oizerovici, Head de Open Innovation da RD, em 2018 o grupo começou a se questionar qual seria o futuro da farmácia, e o que precisaria ser feito para continuar se perpetuando na posição de liderança.
“Começamos a estudar o movimento das pessoas, os comportamentos, até a origem da farmácia: de onde ela veio, como ela se transformou, para entender para onde ela vai”, comentou Juliana.
Ao perceber que a farmácia atual se distanciou muito do que era há 40 anos atrás, por exemplo, em que tinha-se este estabelecimento como o ponto central de saúde da população, e agora tem-se uma loja de medicamentos, Juliana e sua equipe constataram que as farmácias da RD já desempenham um bom papel em vender medicamentos. Seu questionamento então foi: “o que mais nós podemos fazer?” para entregar um conceito amplo de saúde, como antigamente.
E assim, a RD criou serviços de saúde como a Vitat, que oferece dos mais variados produtos e serviços para healthtech. Esse tipo de pensamento é o que leva uma empresa a inovar. É pensar em toda a origem, transformações e futuro do segmento ao qual seu ramo de atuação pertence.
Os campos da saúde como healthtech e medtech são exemplos de áreas que têm evoluído bastante e rapidamente nos últimos anos, trazendo complexas mudanças ao setor. O segmento bancário também passou e está passando pela digitalização e transformação abrupta, tendo em vista a alta das fintechs. Porém, não necessariamente uma empresa precisa estar inserida em um setor com alta volatilidade de transformação.
Há alguns mercados onde a transformação é um pouco mais lenta, porém é sempre necessário lembrar que as tecnologias e hábitos de consumo são voláteis. Tendo isso claro, é hora de estabelecer na empresa a cultura da inovação, independentemente de estar inserida em um setor muito ou pouco inovador.
A criação de uma área de Open Innovation pode ser o primeiro estágio para empresas mais tradicionais que não sabem por onde começar. Tal área ficará responsável por olhar para o mercado como um todo e observar os sinais, além de olhar para dentro de empresa e seus desafios internos, para pensar nas melhores soluções.
Pensando no mindset das Organizações Infinitas, é como se a área de inovação de uma empresa fosse tanto um Observatório de Sinais quanto um Laboratório de Experimentos, onde hipóteses para novas soluções e disrupções serão constantemente testadas.
No entanto, não basta somente ter um departamento voltado para isso. É preciso que toda a equipe tenha consciência de que qualquer modelo de negócio está fadado ao fim e precisa ser reinventado algum dia. Um grande gatilho de mudança para um negócio é pensar mais no problema que sua organização resolve, do que em seu modelo de negócio, propriamente dito.
Quando uma livraria, por exemplo, para de se enxergar como vendedora de livros e se percebe como fornecedora de conhecimento, as coisas mudam. Passa-se a acreditar que o que está sendo feito é muito pequeno perto de infinitas possibilidades que podem surgir para uma mesma solução.
Nós entrevistamos a Juliana Oizerovici da RD no novo episódio do Podcast Organizações Infinitas, onde falamos tudo sobre cultura da inovação e como você pode implementá-la em sua empresa. Confira:
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Produtora de conteúdo na StartSe, roteirista e organizadora do Podcast Organizações Infinitas.
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