Entenda como a fintech Cora aderiu ao modelo de partnership para crescer.
, jornalista da StartSe
6 min
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24 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Quantas vezes você já viu empresas desejando que os funcionários tenham “senso de dono”? Na fintech Cora, isso se tornou uma realidade prática. A startup abriu 8% das ações da empresa para compra por seus colaboradores, que se tornaram sócios.
A empresa adotou o modelo de partnership, utilizado por companhias como XP Investimentos, Alpargatas, a foodtech Orgânico e a própria StartSe. A oferta de compra de ações foi oferecida para as primeiras 50 pessoas do quadro de funcionários da Cora – atualmente, a companhia emprega 100 pessoas.
“Decidimos pelo modelo de partnership para trazer alinhamento à longo prazo na empresa. É comum que as companhias empurrem o ‘sentimento de dono’, mas na hora do faz me rir, não acontece”, explica Igor Senra, CEO e fundador da Cora, em entrevista à StartSe. A escolha pelas primeiras 50 pessoas da companhia é pelo papel fundamental que possuem na construção da cultura da fintech.
A premissa é de que o modelo ajude a atrair os melhores talentos, bem como estabelecer planos para o futuro. “Acreditamos que teremos uma empresa incrível somando os profissionais com as condições e hipóteses para que caminhem por conta própria. É perceptível que, ao tomar decisões, eles não olham apenas o próprio lado, mas no que é melhor para todo o time e para o negócio como um todo”, afirma Senra.
Os funcionários puderam comprar as ações da companhia com o preço de referência da última rodada de investimento, realizada em 2019. Do tipo “semente”, o aporte foi de US$ 10 milhões, liderada pelos fundos Ribbit Capital e Kaszek Ventures.
A expectativa é de, em breve, oferecer a mesma oportunidade para todos os funcionários da companhia. A Cora se prepara para abrir a segunda rodada -- um dos critérios é que as pessoas trabalhem ao menos um ano na fintech.
A cada rodada que abre para os funcionários, a Cora reduz a possibilidade de participação dos fundos de capital de risco, por exemplo. No entanto, isso não é visto com maus olhos.
“Para os fundos, mais do que ter um, dois ou três fundadores, eles passam a ter uma legião de pessoas alinhadas com o interesse deles. Eles entendem que é impossível fazer as coisas sozinhos e que a chance de alcançar o objetivo é maior”, conta o fundador da Cora.
O modelo de partnership da Cora não foi adotado dos Estados Unidos, mas criado com o escritório Mattos Filho de acordo com a legislação brasileira. Para Igor Senra, isso é imprescindível no processo, pois apenas importar o modelo popularizado pelas startups poderia acarretar em negligência e até mesmo problemas tributários.
“O desenvolvimento do modelo da Cora foi feito em diversas reuniões e totalmente integrado com o negócio, e com as pessoas que estão envolvidas e abrangidas por esse modelo. Não existe um formato pré-definido, cada caso é particular para atender aos objetivos desejados”, conta Isabel Bueno, sócia de Tributário do escritório de advocacia Mattos Filho. Na Cora, está previsto que, mesmo se o funcionário sair da empresa, ele pode manter a ação -- em outras companhias, isso não é possível. O que a fintech possui é preferência em caso de venda de ações.
No segmento de ações secundárias, o fundador da startup acredita que serão criados fundos especializados, para que profissionais de qualquer empresa possam vendê-las para terceiros. “O mercado está evoluindo rápido e a participação para colaboradores está se tornando uma ferramenta indispensável no mundo moderno”, argumenta.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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