O salário emocional garante saúde no trabalho e caminha junto aos benefícios, salário e também com o senso de pertencimento e desenvolvimento
, Jornalista
7 min
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24 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
Na hora da contratação, tanto a empresa quanto os candidatos carregam anseios que esperam cumprir com aquele encontro. Para além de uma recompensa financeira no final do mês, existe o desejo de pertencimento, inspiração, criatividade e a tranquilidade de se sentir acolhido dentro das suas individualidades. Ao alinhar o que a empresa pode entregar que é só dela aos sonhos e possibilidades do candidato, surge o salário emocional.
O match é um caminho de mão dupla, não tem jeito: ter clareza do que cada um espera é parte fundamental no começo e a transparência ao longo do caminho vai fazer toda a diferença. Mas tem um trajeto, claro, para chegar até aí, que precisa ser construído dia a dia envolvendo colaboradores. E ele começa no entendimento do valor enquanto marca empregadora para chegar ao salário emocional.
O Employer Branding, que pode ser traduzido como marca do empregador, se trata de um conjunto de ferramentas para gerar uma percepção positiva do mercado a respeito da sua empresa como local de trabalho. Quem não quer trabalhar em uma empresa com o selo Great Place to Work, por exemplo?
+ Employer Branding: como construir uma forte marca empregadora?
“Dentro dele, está o Employee Value Proposition (EVP), que concentra tudo que a empresa unicamente é - sua cultura, ambiente, seu pacote de benefícios, seus rituais e tudo que ela tem e que mostra o que ela vive no dia a dia”, explica Maiara Nakamura, head de Talent Aquisition da PicPay, já tendo ocupado cadeiras de gestão em áreas de Recrutamento & Seleção e Pessoas nos últimos 10 anos.
É exatamente o EVP que vai possibilitar contratar e reter os melhores talentos do mercado, porque vai mostrar ao candidato em questão tudo que a empresa pode entregar. E ele vai buscar esse pacote de acordo com o estilo de vida e o momento de carreira dele - as demandas podem mudar ao longo da trajetória. Em um momento pode ser o plano de saúde um benefício importante porque ele tem dependentes, mas em outros momentos pode ser a liberdade de horários flexíveis e home office para conseguir viajar. E esse é o início do salário emocional.
Ao investir um terço das nossas vidas dedicadas ao trabalho, é importante pensar no que ele nos oferece além do ganho econômico, não? O salário emocional vem para fortalecer isso dentro das organizações, entregando um conjunto de fatores e benefícios que garantem saúde no trabalho.
Algumas demandas mudam com o tempo e empresa e funcionário podem ir alinhando expectativas, reivindicando o que falta para manter a qualidade no dia a dia da organização. Mas Maiara explica que em geral existem alguns fatores comuns:
Quando o funcionário percebe que a empresa se preocupa de forma genuína com ele enquanto ser humano, ele tende a se sentir mais motivado e reconhecido. Maiara afirma que em um momento de mudanças e acelerações como o que vivemos, é preciso ter essa segurança emocional para garantir saúde mental.
“Acho que com a pandemia, com esse momento onde todo mundo sente que a todo momento tem uma tecnologia nova surgindo, uma função nova, você tem que ser cross, tem que ter novas habilidades, habilidades do futuro, a gente precisa estar num lugar que a gente se sinta bem, se sinta pertencente, veja o desenvolvimento, saiba o que esperam de você, as expectativas - porque todo mundo realmente quer fazer um bom trabalho. Então essa transparência dentro das relações é muito importante também. E tudo isso vem com a cultura.”
+ Como construir uma cultura coerente na sua empresa?
Para Maiara, isso envolve um forte trabalho de liderança e de construção de time. Ela elenca como caso de sucesso aquele que “o time conseguiu se conectar, trazer vulnerabilidades, criar um ambiente seguro, questionar como consegue melhorar e como trabalhar melhor. Assim as pessoas sabem que elas podem ser ouvidas e que ali é um ambiente seguro onde elas podem falar.”
Não tem como negar: “a gente está em um guerra de talentos, então é preciso evidenciar qual é o nosso salário emocional”. Entretanto, antes de trazer para o discurso, a especialista orienta ter tudo bem estruturado internamente. Maiara traz algumas questões que ajudam a refletir:
Com essas informações em mãos, é preciso organização e mapeamento. Assim você cria um MVP e vai medindo e melhorando ao longo do tempo, entendo o que está funcionando ou não na estrutura da empresa.
No fim, Maiara enxerga o salário emocional como a base para começar a pensar a mudança nas organizações. “E quando eu falo de mudança, é mudança de mentalidade, é você trazer diversidade, é você trazer inclusão, porque isso também é uma parte do salário emocional. Estar em um ambiente onde você é aceito e incluído é extremamente importante. E para chegar nesse grau de maturidade enquanto organização, é preciso muito estudo, sensibilização, planejamento e estratégia.” E claro: que as práticas façam parte da cultura organizacional mantendo a constância.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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