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Por que o Itaú quer se aproximar mais das startups

Liderada pelo CEO Milton Maluhy Filho, a nova iniciativa já começa com contratação de Anderson Thees e Manoel Lemos

Por que o Itaú quer se aproximar mais das startups

Itaú (Foto/Divulgação: Itaú)

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O Itaú tem uma nova manobra para atrair e ficar mais próximo do universo dos empreendedores e investidores. Nesta quarta (07), o banco anunciou a criação de uma iniciativa para ampliar a sua atuação junto a ecossistema das startups. E ela parece ambiciosa, já que é liderada diretamente pelo CEO da organização, Milton Maluhy Filho, que divulgou na largada a contratação de Anderson Thees e Manoel Lemos, sócios e cofundadores da gestora Redpoint eventures.

Em nota à imprensa, o banco destacou que a iniciativa é estratégica “para avançar o posicionamento digital e de crescimento do banco, envolvendo diferentes áreas da instituição e será construída em conjunto com os vários segmentos do ecossistema empreendedor”. O Startups apurou que a ideia não é simplesmente montar um novo fundo de investimento, mas ter um portfólio de ações mais amplo tanto para fora quanto para dentro do banco. O banco já tem um corporate venture capital dentro de seu braço de private equity, a Kinea.

Além disso, o banco acredita que a chegada de Anderson e Manoel aumentará o diálogo com agentes do mercado, incluindo investidores, fundos, entidades e empreendedores, que segundo o Itaú, são o foco da iniciativa.

A nova iniciativa contará ainda com a liderança de Pedro Prates, cofundador e hoje líder do Cubo Itaú. No Itaú Unibanco desde 2011, o executivo tornou-se sócio em 2019.

No comunicado, a instituição financeira não deu mais detalhes de como a iniciativa se converterá em ações práticas. Porém, num primeiro momento, não é difícil imaginar que a chegada de dois executivos altamente conhecidos no meio já pode ser o suficiente para criar ondas no mercado.

Cubo Itaú (foto: divulgação)

 NOMES GRANDES, NOVOS CAMINHOS

Anderson Thees e Manoel Lemos fizeram seu nome no mercado de investidores como cofundadores e sócios da Redpoint eventures. Mais tarde, dupla se transformou em um trio, com a chegada de Romero Rodrigues. Os dois fundos da Redpoint levantaram mais de US$ 300 milhões em aportes, chegando a um portfólio de 50 startups investidas – e com três nomes chegando a status de unicórnio: Rappi, Creditas e Gympass.

No começo do ano, divergências de planos colocaram os managing partners em caminhos diferentes. Em matéria em fevereiro, o Startups apurou que Anderson, Manoel e Romero não chegaram a um consenso sobre a captação do 3º fundo da gestora, o que acabou resultando no rompimento da sociedade.

Enquanto o mercado se perguntava qual seria o destino de cada um, Romero se aproximou da XP. A instituição financeira entrou de vez no mercado de venture capital com o investimento em um fundo próprio, com uma sociedade fechada com a Headline (ex-e.ventures), comandado por Romero.

A prospecção de startups da Headline vai se valer da plataforma da XP, que, com mais de 9 mil assessores de investimento, consultores e family offices pode potencializar a originação de negócios. O plano é manter a estratégia que a Redpoint executou em seus dois fundos, olhando para companhias early-stage.

Mesmo com a ida para o Itaú, Anderson e Manoel continuam como managing partners da Redpoint eventures por dever contratual com os investidores dos fundos.

ITAÚ MAIS DIGITAL E TECNOLÓGICO

Com a nova iniciativa, o Itaú reforça seu posicionamento em se tornar um banco sintonizado com as startups e ecossistemas de inovação. Segundo dados do próprio banco, atualmente ele possui cerca de 1,4 empresas de tecnologia na sua base de clientes.

Em fala no Tech Founders, evento de tecnologia realizado pelo banco esta semana, Milton Maluhy Filho destacou que a instituição conta com mais de R$ 5 bilhões em carteira de crédito neste segmento.

“Desde 2018, a gente praticamente liderou, na grande maioria, mais de 20 transações de IPO de empresas de tecnologia, sendo que boa parte das empresas fiz listagem no exterior”, apontou o CEO, conforme reportou o Finsiders.

Outro marco do Itaú em seu posicionamento de apoio às startups é o Cubo, hub de inovação e empreendedorismo mantido pelo banco que já conta com mais de 340 membros, e cujas empresas levantaram mais de R$ 3 bilhões no último ano.

O plano do Itaú em ser mais digital e tecnológico rendeu inclusive alguns planos inéditos no país. No mês passado, o banco anunciou a criação de um “banco gamer”, o Player’s Bank, para atrair a grande parcela de jogadores eletrônicos e também com facilidades como linhas de crédito para compra de equipamentos.

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