O conceito de Mundo VUCA, que surgiu nos anos 1990, está em evolução; entenda como surgiu o conceito, o que é, e qual a sua relação com o Mundo BANI.
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Falar que o mundo está em rápida transformação já é um clichê, mas ainda existem muitas dúvidas sobre as forças que direcionam essas mudanças – e ainda mais importante, sobre como usá-las a seu favor. No artigo de hoje, iremos discutir o conceito do Mundo VUCA e como se transformou ao Mundo BANI.
O termo surgiu nos anos 90, utilizado inicialmente pelas unidades militares dos EUA para designar o novo contexto mundial. Com a queda do Muro de Berlim, a divisão clara entre dois grandes blocos de poder foi substituída por várias potências locais, com interesses próprios e relações complexas.
Quatro pilares definem esse novo cenário: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, cujas iniciais em inglês (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity) dão nome ao Mundo VUCA.
Os mesmos fatores listados acima também se tornaram cada vez mais presentes no campo empresarial. No Mundo VUCA, uma companhia no outro lado do planeta ou um grupo de estudantes recém-formados em sua cidade podem até mesmo tornar o seu modelo de negócios inteiramente obsoleto em questão de meses.
Para algumas organizações, isso representa um enorme perigo, enquanto outras enxergam no Mundo VUCA a sua maior oportunidade. A diferença entre quem irá conduzir as mudanças e quem será prejudicado por elas está na preparação correta.
Para saber qual a melhor forma de agir no Mundo VUCA, é importante reconhecer os impactos causados por cada um dos seus componentes.
O sociólogo Zygmunt Bauman, reconhecido pelo conceito de modernidade líquida, acredita que esta se dá pela “crescente convicção de que a mudança é a única coisa permanente e a incerteza a única certeza”.
Seu pensamento é um retrato da Volatilidade, o primeiro pilar do Mundo VUCA. Os avanços imparáveis nas mais diversas tecnologias criam mercados dinâmicos, onde os interesses dos consumidores sempre mudam e novos competidores surgem a todo momento.
Por essa razão, é essencial que uma empresa tenha em pauta uma estratégia de inovação. Além disso, o planejamento estratégico feito no início do ano e as metas traçadas precisam ser flexíveis, uma vez que no mundo VUCA a volatilidade é algo constante, ou seja, as situações podem mudar a qualquer momento e sua empresa precisa se adequar em tempo hábil para não perder oportunidades.
“É a velocidade atordoante da circulação, da reciclagem, do envelhecimento, do entulho e da substituição que traz o lucro hoje – não a durabilidade e confiabilidade do produto.” – afirma Bauman.
Com a Volatilidade, surge a Incerteza. Nas próximas horas, um aplicativo pode revolucionar radicalmente o mercado, lançando funcionalidades inovadoras e criando hábitos de consumo e costumes na sociedade que antes não existiam.
Seus melhores colaboradores podem abrir uma startup e apresentarem ao mercado um produto ainda melhor que o seu.
Ou a mudança de uma lei pode trazer novos competidores internacionais para o Brasil, quebrando a concorrência e levando empresas brasileiras a falência.
Mesmo com a facilidade para coletar dados a todo momento, o panorama é incerto, pois em muitos casos as informações se tornam ultrapassadas quase na mesma velocidade em que são obtidas.
Fora do Mundo VUCA, uma grande companhia serve como intermediário entre os recursos ou fornecedores e os clientes; a direção das operações é clara e linear. Dentro dele, o cenário é como uma enorme teia de aranha, com equilíbrio delicado.
Seus fornecedores decidem entrar em contato direto com o público. Um grupo de consumidores insatisfeitos capta mais atenção do que grandes veículos de mídia. O erro de um colaborador é descoberto pelo mercado antes mesmo que a diretoria saiba. Estes são apenas alguns dos muitos desafios criados pela complexidade dos agentes envolvidos no Mundo VUCA.
Por todas as características anteriores, o Mundo VUCA é inerentemente ambíguo. Em diversas situações, não haverá uma resposta ideal, apenas um jogo de ganhos e renúncias, onde o certo para determinado grupo será visto como errado por outro, e você terá de fazer uma escolha.
Um exemplo disso são as organizações que associaram suas marcas às pautas de raça e/ou gênero. Enquanto sua nova mensagem alcança e atrai determinados públicos, também incomoda e afasta outros.
Essa ambiguidade pode inclusive afetar a organização interna da empresa e seus colaboradores. Muitas vezes podemos nos encontrar em uma situação em que seja necessário defender um ponto de vista X ou Y, o que pode causar atrito entre diferentes equipes.
Para impedir que a ambiguidade cause desavenças entre times, é substancial trabalhar a cultura de inovação. Dessa forma, sua empresa terá uma estrutura mais horizontal, que incentiva a geração de ideias de todos os setores e valoriza seus colaboradores.
Não importa se estamos falando de uma padaria na esquina ou de uma multinacional com operações complexas, o Mundo VUCA irá afetar a sua forma de fazer negócios.
Para ter uma visão rápida de como ele já se espalhou, basta pensar em quantas pequenas empresas foram atropeladas pela concorrência da Amazon, enquanto outras aproveitaram os diversos serviços de entrega por aplicativo para expandir suas atividades.
Conceitos básicos como estratégia, visão e planejamento precisam ser adaptados à nova conjuntura. A ideia de alcançar seus objetivos percorrendo uma estrada não faz muito sentido no Mundo VUCA, onde é preciso se aventurar e criar o próprio caminho.
Essa reconfiguração das dinâmicas globais apresenta diferentes escalas de problemas e crises, os quais requerem um alto nível de atenção e agilidade por parte das organizações.
Talvez o maior de todos os desafios no Mundo VUCA, a falta de lideranças com estilo adaptado ao cenário descrito está levando muitas organizações a reduzir, ou até mesmo encerrar suas atividades.
O general Stanley McChrystal, envolvido em operações contra a Al Qaeda, afirma que este era “um novo tipo de inimigo descentralizado e experiente em tecnologia” e deveria ser enfrentado por um Time de Times, onde todos possuem um objetivo central, mas contam com certa autonomia para se adaptar às situações.
As mesmas características – descentralização e domínio tecnológico – são grandes forças das empresas que estão encabeçando as transformações atuais, e organizar o seu “Time de Times” é uma abordagem necessária para se manter competitivo.
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Habilidades interpessoais, criatividade e agilidade tecnológica são necessárias em qualquer organização que busca ter relevância no Mundo VUCA.
O problema, na maior parte dos casos, é que a qualificação profissional nem sempre acompanha a velocidade das transformações no mercado, e os poucos colaboradores com as características adequadas são disputados a peso de ouro.
Um atributo primordial para lidar da melhor forma com o Mundo VUCA é o intraempreendedorismo. Diferente do empreendedorismo, que visa identificar problemas e criar novas oportunidades, as empresas precisam de profissionais intraempreendedores, ou seja, pessoas que busquem solucionar demandas, fazer melhorias incrementais e criar novos produtos e soluções para a empresa em que atuam.
Incentivando o intraempreendedorismo e dando protagonismo aos colaboradores, a empresa retém talentos, obtém os melhores profissionais e não fica à mercê do mercado.
É preciso encarar os fatos: por mais que você planeje e se adapte, seus negócios podem ser atingidos por um grande golpe nos próximos meses.
Foi assim nos mercados de mídia, transportes, eletrônicos, finanças e até foguetes espaciais. Nada impede que isso também ocorra no seu segmento. Basta uma grande ideia e uma boa execução, no Vale do Silício, na Índia ou na cidade vizinha, para empresas consolidadas se tornarem obsoletas.
Para não deixar que isso aconteça com a sua empresa, uma boa estratégia é investir em inovação aberta. De acordo com Henry Chesbrough, autor do livro “Open Innovation” lançando em 2003, nenhuma empresa pode inovar de forma eficaz por conta própria. Ele defende que as corporações devem se aliar com clientes, fornecedores e outras empresas em busca de um objetivo em comum.
Dessa forma, uma empresa pode obter novas ideias e recursos externos a sua organização, que agreguem valor ao seu negócio e tornem possível a realização de um desafio.
As mesmas características que fazem o Mundo VUCA ser tão ameaçador também abrem grandes oportunidades. As tecnologias, processos e dinâmicas de mercado estão aí, e podem ser usadas a favor da sua organização.
Para isso, é preciso ter:
Se as mudanças são rápidas e o amanhã é incerto, agilidade para se adaptar e tomar decisões com a mesma velocidade é um recurso indispensável. Gastar semanas ou meses em planejamento sem ação pode trazer grandes riscos, pois quando um mapa finalmente estiver pronto, a situação já será outra.
Como existe uma complexidade entre os muitos componentes do mercado e até mesmo da empresa, é preciso integrar visões diversificadas para dar resposta aos desafios. A liderança puramente vertical precisa dar espaço para ambientes de troca, onde todos podem contribuir com informações e sugestões.
Você, seus parceiros e colaboradores precisam aceitar as transformações potencialmente prejudiciais para os seus negócios. Se uma nova tecnologia foi criada ou um associado importante pediu demissão, é fundamental absorver rapidamente o impacto e voltar para o jogo de cabeça erguida.
Embora esta pareça uma característica muito abstrata, a coragem é fundamental para agir em condições ambíguas. Na falta de uma resposta clara, tomar a decisão correta pode ser questão de agir com resolução, aceitando as consequências – positivas e negativas – que resultarem dessa escolha.
No Mundo VUCA, vale lembrar: o tempo é um dos recursos mais valiosos no Mundo VUCA, e você pode ou não gastar os próximos anos para capacitar os seus colaboradores e formar um Time de Times com as características acima. Pudemos ver ao longo da história, que empresas mais consolidadas com bons profissionais, estratégias e plano de ação bem definidos, foram resilientes e resistiram as crises.
Porém, talvez sua empresa não tenha recursos para investir em todos os aspectos necessários para se preparar para o Mundo VUCA, mas é essencial conhecer seus desafios e ter em pauta o que pode ser feito para evitar um rumo desastroso do negócio.
Se no Mundo VUCA, a tecnologia funcionava como um dos fatores importantes para a construção de novos negócios, com a chegada do Mundo BANI — termo cunhado pelo antropólogo e futurista Jamais Cascio — esse cenário muda. De votalidade, passa a ser um mundo frágil; da incerteza para a ansiedade; da complexidade para para a não-linearidade; e da ambiguidade para incompreensão. Saiba tudo sobre o Mundo BANI aqui.
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