Fundo de R$ 1 milhão para investir em startups fundadas ou lideradas por pessoas negras é uma iniciativa descrita - e agora colocada em prática - na carta de compromisso com a diversidade racial do Nubank.
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7 min
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25 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
O Nubank anunciou nesta semana o lançamento de um fundo de R$1 milhão para investir em startups de empreendedores negros. A iniciativa foi planejada em novembro do ano passado, quando a fintech lançou uma carta de compromisso com a diversidade racial. Agora, o roxinho colocou o plano em prática e divulgou o edital para seleção das startups que irão receber os investimentos.
O fundo Semente Preta busca startups fundadas ou lideradas por pelo menos um empreendedor negro, mas ainda possui outros critérios para seleção (confira todos):
A iniciativa é destinada às startups que desenvolverem soluções de interesse do Nubank. Em áreas diretamente relacionadas (fintechs, segurança) e outras áreas em que a fintech se relaciona indiretamente (gamificação, bem-estar, jogos). Ainda, o Nubank afirma priorizar startups com pluralidade geográfica, times com diversidade de gênero, étnico-racial, PcD, LGBTQIA+ e demais grupos sub-representados. O objetivo é contribuir para um ecossistema mais diverso e inclusivo.
Os movimentos do Nubank estão em sintonia com a tendência mundial de promover a inclusão nos negócios. O debate e a adoção de iniciativas de inclusão nos planos de negócios vêm se tornando pauta necessária tanto para startups, quanto para empresas tradicionais.
O Pinterest, rede social de fotos inspiracionais, lançou no Brasil uma ferramenta para filtrar as buscas de conteúdos de beleza por tom de pele, por exemplo. Os resultados impressionam: os usuários que tinham acesso ao recurso usaram cinco vezes mais a ferramenta para se inspirar no conteúdo de beleza.
As razões para que empresas estejam tomando mais decisões pensando nos grupos sub-representados é também um reflexo do desejo e preferência das gerações mais recentes (Millenials e Geração Z). Dentre os Millenials, 72% declararam que acham importante temas como inclusão e diversidade no posicionamento de uma marca. Para a Geração Z esse número é ainda maior: 76%. Ainda, 80% dos consumidores negros declarou que o tema é de alta importância, de acordo com pesquisa recente.
Os números demonstram um ponto importante de atenção para empresas e startups, que devem avaliar a percepção de inclusão e diversidade de sua marca. Pelo menos 50% dos entrevistados afirmou que estariam mais inclinados a consumir produtos de uma marca que se posiciona sobre o assunto. Além de estar presente na comunicação, a Geração Z ainda espera que: haja diversidade nos cargos sêniores (53%), doações para organizações que promovem diversidade e inclusão (47%) e forneçam espaço para recursos educacionais sobre o tema (47%).
À medida que essas gerações atingem seu pico de representatividade dentro do público consumidor das empresas, a necessidade do posicionamento, consciência e, principalmente, ações que consideram a representatividade se tornarão cada vez mais indispensáveis para atraí-los.
Ainda, é importante destacar que as empresas que desejarem ter sucesso em seu posicionamento devem fazê-lo de forma autêntica, alinhada com sua marca e tipo de negócio. Grande parcela dos entrevistados mencionaram que algumas marcas tentam ser inclusivas excessivamente em sua publicidade, mas não tomam ações concretas que vão além. E nesse ponto, parece que o Nubank vem acertando a mão, divulgando as políticas e ações que pretende implementar para aumentar a inclusão e as colocando em prática efetivamente.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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