Marco Bravo, líder do Google Cloud no Brasil; e Carolina Priscila, Gerente de Recursos Humanos do Google Brasil, contam à StartSe sobre por que investir em um escritório físico em tempos em que muitas pessoas não querem voltar ao presencial. Confira!
Marco Bravo, líder do Google Cloud no Brasil (Foto: divulgação Google)
, jornalista
9 min
•
13 jul 2023
•
Atualizado: 13 jul 2023
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“Para o escritório do Google, as pessoas querem voltar.” Foi com essa frase que Marco Bravo, líder do Google Cloud no Brasil, respondeu à StartSe sobre por que investir em um escritório físico em tempos em que muitas pessoas não querem voltar ao presencial.
“É muito mais do que um ambiente de trabalho, é um espaço de convivência para a gente. É agradável, com coisas que são divertidas. (...) A inovação acontece convivendo. Assim, nada melhor do que conviver com as pessoas que estão trabalhando com você [para inovar]”, respondeu.
Para entender os detalhes e os bastidores dessa decisão, conversamos também com a Carolina Priscila, Gerente de Recursos Humanos do Google Brasil. Confira alguns trechos da conversa com a executiva de RH:
1 - A inauguração do novo escritório do Google Cloud aconteceu poucos meses depois de a empresa fazer uma demissão em massa. Esse investimento não poderia ter sido usado para manter os funcionários na big tech ao invés de injetar em um espaço físico?
A inauguração deste novo escritório foi anunciada no Google for Brasil do ano passado, quando ainda não tínhamos nenhum tipo de conversa sobre layoff. Essas duas iniciativas são bastante descoladas.
2 - Pesquisas mostram que alguns funcionários não querem retornar ao escritório físico. Como o Google lida com esse perfil de trabalhadores?
As pessoas têm a possibilidade de adotar o trabalho 100% remoto. Caso queiram, podem fazer esse pedido.
3 - Essa mudança é imediata ou a empresa leva em consideração alguns critérios? Se sim, quais?
Passa por algumas avaliações, sim, para que a gente veja se consegue acomodar esse pedido. A gente analisa a área da pessoa, se o trabalho permite ser 100% remoto, entre outros pontos. (...) Existem alguns escopos de trabalho que, de fato, precisam ser executados no escritório.
4 - Como o Google estimula a integração do time dos mais variados formatos de trabalho?
Nossos escritórios são pensados na integração. Isso já fazia parte da realidade [antes da pandemia] em atuar em um time que está em lugares diversos [porque o Google é uma empresa global]. Então a gente usa ferramentas de interações das quais permitem que as pessoas se comuniquem, interajam.
5 - Poderia dar um exemplo?
Por exemplo, em reuniões virtuais em que a gente tem pessoas trabalhando de casa, outras numa sala com outros funcionários dentro do escritório, a gente usa recursos como levantar a mão. (...) Então a gente consegue ir integrando as pessoas de modo que todo mundo tenha espaço.
6 - Poderia falar mais sobre isso?
Uma das coisas que a empresa tem muita preocupação é que todos tenham um espaço para se colocar, isso é algo muito importante da nossa cultura aqui dentro do Google. Nós damos voz aos nossos funcionários, nós queremos ouvi-lo.
7 - Para as empresas que estão optando pelo modelo híbrido de trabalho, quais são as dicas para ajudar na adaptação dos funcionários?
A primeira e primordial dica é: pesquisa. Converse com os funcionários de vocês, mandem pesquisas para eles, entendam o que estão achando do modelo de trabalho e o que vocês podem adaptar.
Como eu acabei de falar, uma das bases que do Google é darmos voz para os funcionários, nós queremos escutá-los. Isso norteia muito as ações que vamos tomar aqui dentro da empresa em diversas frentes, incluindo o trabalho híbrido.
Então eu acho que a dica de ouro seria essa. Porque podemos compartilhar tudo o que a gente faz aqui dentro da empresa, mas isso não significa que vai se traduzir para empresas diferentes, com culturas diferentes, com idades diferentes, com enfim, maturidades diferentes.
Essa é a palavra. Então, quanto mais as empresas puderem pesquisarem e entenderem dos próprios funcionários o que que funcionaria pra eles seria mais interessante.
8 - Vale medir, por meio de ferramentas, o nível de produtividade de cada um?
Com certeza. Tudo são dados, né? A gente é uma empresa data driven, que se baseia muito em dados. Mas essa questão de escutar, escutar os funcionários é muito importante pra gente também. [A porta-voz não entrou em detalhes sobre pesquisas internas do Google, apenas externas].
9 - O que faz um escritório ser necessário hoje em dia? Afinal, o próprio Google se apoia na sua suite de produtividade ser toda na Nuvem.
Pra gente, tem muito esse senso e pilar de colaboração e inovação. Tem pesquisas que mostram que esse convívio é importante [um dos estudos é "O Futuro do Trabalho no Brasil", feito pelo Google Workspace, com a participação da consultoria IDC Brasil].
Quando a gente faz essas pesquisas, a gente vê que as pessoas já vêm trabalhando em um modelo híbrido. Muito mais do que elas vinham logo depois da pandemia. (…) Esse estar com as pessoas no dia a dia é importante para essa questão de colaboração e facilita também a questão de inovação.
A gente também vê como um centro muito importante de serviço aos nossos clientes. Os clientes externos também gostam muito da experiência em conhecer e visitar os escritórios do Google.
Há anos, o modelo de trabalho das big techs influenciam outras empresas. Mas o fato é: antes de a decisão ser tomada, é preciso, como sinalizou a porta-voz de RH do Google, pesquisar e analisar os dados internos e externos.
Uma dica é aproveitar os dados para ajudar você na tomada de decisão e desenvolvimento de estratégias. Entenda mais aqui!
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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