Entenda o que são smart drugs, como elas surgiram e por que estão ganhando espaço no ambiente corporativo, gerando debates sobre ética, saúde e responsabilidade.
diferentes comprimidos de medicação e cápsulas sobre fundo vermelho (Imagem: Pexels)
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6 min
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4 mar 2024
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Atualizado: 4 mar 2024
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O uso de medicamentos para aumentar a produtividade tem se tornado comum nas empresas brasileiras. Em outras palavras, profissionais saudáveis estão usando fármacos para tratamento de doenças como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e narcolepsia para aumentar a produtividade no trabalho.
Para você ter uma noção, 90% dos c-levels de grandes companhias no Brasil estão convencidos de que as pessoas de sua equipe usam esses fármacos para ter melhor desempenho, segundo levantamento realizado pela House of Brains.
Uma reportagem do Valor Econômico aponta que apesar de ser uma questão pessoal, e não das empresas, o assunto ainda é tabu na maior parte das companhias.
Assim, precisa ser “endereçado pela alta liderança para que esses hábitos não se tornem parte de uma cultura organizacional que busca maior produtividade a qualquer custo”, conta ao jornal Alessandra Lotufo, Chief Innovation and Communication Officer da House of Brains e responsável pelo estudo “Felicidade artificial: ética e dependência química nas organizações”.
Outro ponto que as lideranças precisam ter cuidado é o exemplo. Isso porque, entre os entrevistados do estudo, 74% disseram que quando gestores fazem uso desses fármacos para aumentar o desempenho, podem se sentir coagidos a usá-los também.
“Não existem ainda estudos conclusivos no campo científico sobre a efetividade desse uso de ‘smart drugs’ na performance, mas trata-se de um drama ético que está nas mãos do RH”, diz Lotufo.
No entanto, vale destacar que é importante ter cuidado com o uso de smart drugs e buscar alternativas mais saudáveis para melhorar o desempenho no trabalho, como: uma boa noite de sono, praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada e meditar.
As drogas inteligentes ganharam popularidade nas últimas décadas, especialmente entre estudantes e profissionais do Vale do Silício, que buscavam aprimorar o desempenho e a produtividade.
“Contudo, as drogas inteligentes tiveram origem nos anos 1960. O cientista romeno Corneliu Giurgea queria descobrir uma substância que ajudasse a dormir. Embora a descoberta não tenha atingido o objetivo inicial e pareceu funcionar de maneira oposta à pretendida, o efeito colateral da droga, poderia ser benéfico: melhorar a memória”, explica a Memed, plataforma de prescrição digital.
“Foi nessa época que ele criou o termo nootrópico, que é fruto da junção de duas palavras gregas: no que significa mente e tropo que se traduz como flexão. Vale ressaltar que as drogas inteligentes não são aprovadas pelo órgão governamental que fiscaliza alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drugs Administration). E, no Brasil, as Smart Drugs são vendidas apenas com prescrição médica”, completa.
Como disse Lotufo, “não existem ainda estudos conclusivos no campo científico sobre a efetividade desse uso de smart drugs na performance, mas trata-se de um drama ético que está nas mãos do RH.”
Isso porque pode estar relacionado à uma cultura de "produtividade a qualquer custo" ― e a área de RH e lideranças têm um papel fundamental na prevenção em promover o bem-estar dos colaboradores.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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