Polêmica, a transparência salarial vem ganhando espaço ao redor do mundo, no LinkedIn e deve entrar na pauta das empresas brasileiras que não quiserem ficar para trás.
Pessoas conversando no trabalho (foto: LinkedIn Sales Solutions/Unsplash)
, Jornalista
5 min
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14 nov 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Apontada pelo LinkedIn como tendência já no início de 2022, a transparência salarial se aproxima das empresas brasileiras. Até porque, a questão vem ganhando força ao redor do mundo, onde barreiras geográficas caem e as demandas dos bons profissionais prevalecem.
Nova York, por exemplo, anunciou a Lei da Transparência Salarial, onde empresas com 4 funcionários ou mais devem anunciar a faixa salarial paga para a vaga em questão. E já está valendo desde 1 de novembro.
No Reino Unido, um report da Talent.com apresenta que 98% dos candidatos consideram importante saber qual a remuneração da vaga antes mesmo de se aplicar e que comparação das gerações, 82% da geração X considera salário como o item mais importante, sendo que para geração Z 71% dos respondentes consideram este item como mais importante.
Os entusiastas do movimento dizem também que a medida ajudaria a diminuir a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Hoje, funcionárias com formação e experiência semelhante aos homens chegam a ganhar até 40% a menos na mesma função. Empresas como LinkedIn chegaram a ser multadas por prática assim e a gente explicou melhor aqui.
Além disso, na área da tecnologia, a pesquisa inédita Potências Negras Tec avaliou que o rendimento médio dos profissionais negros corresponde a 66% da renda de pessoas brancas. Os profissionais ainda apontaram a falta de diversidade como um dos principais problemas para ingressar no mercado, principalmente no setor da tecnologia.
Caminhando para uma descentralização e democratização de informação no mundo, é provável sintam a cobrança por maior transparência. Afinal, ao ter clareza dos possíveis próximos passos, em termos salariais, dentro da empresa, as pessoas enxergam possibilidades e perspectivas para continuarem ali. Mas isso exige governança e participação ativa das lideranças,
A CEO do Se Candidate, Mulher, Jhenyffer Coutinho, conta uma experiência de contratação com duas empresas que priorizam mulheres na tecnologia com salários abertos nos anúncios das vagas. “E uma coisa que eu acho interessante nesses dois casos é a liderança. Os dois são homens, mas eles focam na transformação e falam abertamente. Inclusive, se uma empresa fala abertamente a faixa salarial, ela está minimamente inclinada a essa pauta", comenta ela ao falar sobre equidade salarial.
Apesar de criar confiança, maturidade e conexão com a empresa, a transparência salarial não vem sozinha. É preciso um trabalho de governança, metas e liderança para criar um ambiente onde seja possível aplicar.
Para garantir os melhores talentos e também se manterem relevante no mercado, as empresas precisam levantar o tópico internamente, entender o que funciona e por onde começar para acompanhar as mudanças das carreiras, dos profissionais e da remuneração. Isso também é prática de ESG, que começa de dentro para fora da empresa, hein?
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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